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Holofote

Reginaldo Lopes anuncia aliança entre Lula e Kalil, mas acordo para vice e suplente trava

Lula e Kalil: aliança já tem jingle circulando nas redes sociais (Foto: Divulgação)

Indicado pelo próprio ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como coordenador de sua campanha em Minas Gerais, coube ao deputado federal Reginaldo Lopes (PT) o anúncio da aliança do petista com o pré-candidato a governador do estado, Alexandre Kalil (PSD). O deputado e o ex-prefeito de Belo Horizonte se reuniram durante toda a tarde dessa quinta-feira (19) juntamente com o presidente da Assembleia de Minas, Agostinho Patrus (PSD-MG), até bem pouco tempo cotado para vice na chapa.

Já no início da noite, por meio de sua conta no Twitter, Reginaldo anunciou a aliança: “Tudo certo em Minas. Lula e Kalil juntos em Minas Gerais”. Isso foi às 19h06. Alguns minutos depois, Agostinho comentou: “Ganham Minas e o Brasil”. Quando foi às 19h51, Kalil postou na mesma rede: “Em Minas é Lula e Kalil”. Mesmo com o apelo de vários jornalistas, nenhum dos participantes do encontro avançou em detalhes da aliança.

A primazia do anúncio com as seguidas confirmações de Agostinho e Kalil é a cota simbólica do acordo interno do PT para colocar Reginaldo como articulador da aliança no estado. Cotado para ser o candidato ao Senado, ele acabou convencido a abrir mão em prol da candidatura à reeleição do senador Alexandre Silveira (PSD). Em troca, além do prestígio entre os companheiros, ficou com a indicação do vice, que será do PT.

Mesmo com as bancadas petistas na Assembleia de Minas e na Câmara dos Deputados com preferência por alguns nomes, como o do deputado estadual André Quintão (PT), a escolha, se seguir mesmo os protocolos do acordo, dificilmente recairá sobre alguém da região metropolitana de Belo Horizonte. Além de não implicar em ganho eleitoral, por já se tratar de um reduto de Kalil, não contempla nenhuma das lideranças do grupo de Reginaldo.

Atendo-se a tais ressalvas, uma boa aposta seria o ex-prefeito de Alfenas, Luiz Antonio da Silva (Luizinho-PT). Reeleito em 2020 com 55,18% dos votos, ele renunciou ao mandato neste ano para participar das eleições de outubro. Além de próximo a Reginaldo, Luizinho é do Sul de Minas, região onde Lula mantém margem apertada frente ao presidente Jair Bolsonaro (PL), e o governador Romeu Zema (Novo) apresenta sua melhor dianteira em relação a Kalil.

Embora com possibilidade de vetos por parte de Kalil, a definição do vice será uma peleja para Reginaldo mais dentro do que fora do PT. Nada que parece lhe tirar o sono. Seu problema passa pela indicação do nome para ocupar a vaga de suplente de senador na composição encabeçada por Alexandre Silveira. Como avançou muito na possibilidade de disputar o Senado, Reginaldo acabou atraindo um forte aliado para sua suplência e agora pretende mantê-lo na disputa.

O problema é que o PSD de Kalil e Silveira também tem planos para a função. O jornalista Pedro Augusto Figueiredo, de O Tempo, ouviu de aliados do próprio Kalil o propósito de usar a suplência para atrair o União Brasil ou o MDB. Enquanto o primeiro partido conversa com Zema para indicar o deputado federal Bilac Pinto como vice, o segundo aparece no rol de possibilidades de aliança do PSDB no estado.

Reginaldo, por sua vez, tem a seu favor o peso do nome que pretende indicar como suplente. Com prestígio junto ao ex-presidente Lula e reconhecido pelos mineiros, muito possivelmente estará na coordenação da campanha presidencial petista no estado. Pelo menos foi esse o compromisso assumido em março deste ano, quando se filiou ao PV. Trata-se de João Batista Mares Guia.