Conjuntura

28 anos após o lançamento do Plano Real, quanto R$ 1 daquela época valeria hoje?

Plano Real foi lançado em 1º de julho de 1994 (Foto: Agência Brasil)

Na última sexta-feira (1°), completaram-se 28 anos do início do Plano Real, implantado no Brasil pelo presidente Itamar Franco em 1994. O desafio na época era resolver uma das maiores crises inflacionárias do mundo.

A moeda vigente no final de 1993 era o Cruzeiro Real, que entrou em circulação em agosto do mesmo ano, como uma medida de urgência. Paralelamente, a equipe econômica do presidente Itamar Franco havia começado a elaborar um novo plano econômico.

Segundo o Banco Central, em 1994 a inflação foi de 916%. Os preços subiam sem parar – gasolina, alimentos, prestações. A cada hora o Cruzeiro valia menos em relação ao Dólar. Era o caos da hiperinflação.

O Plano Real conseguiu reduzir a inflação a níveis aceitáveis. Em 1995, um ano da implementação da moeda, a taxa atingiu 22%. Em junho de 1994, o percentual mensal foi de 46,58%. Em julho seguinte, já com o Real em circulação, a inflação foi 6,08%.

Para se ter uma ideia do poder de compra daquele R$ 1, hoje seriam necessários R$ 7,48 para obter os mesmos produtos comprados há 28 anos, segundo a calculadora de inflação do Banco Central. Um aumento de 648%.

Finalmente o Brasil tinha uma moeda forte: R$ 1 valia o mesmo que um dólar. Aos poucos, sem congelamento de preços, alcançou-se a uma inflação de país desenvolvido: apenas 1,5% em 1998, uma das menores já registradas.

Mas os juros continuavam de terceiro mundo. O Banco Central jogou a taxa básica nas alturas, desestimulando o consumo e atraindo investidores para equilibrar as contas externas. Inflação baixa e juro alto resultaram em pouco crescimento econômico, sustentado em boa parte pelas exportações.

O PIB (Produto Interno Bruto), que mede a riqueza produzida no país, crescia quase 6% no lançamento do real. Quatro anos depois, em 1998, a economia brasileira praticamente parou de crescer. A estagnação coincidiu com as crises externas da Ásia e da Rússia, entre 97 e 98.

Com a queda nas exportações e o fantasma da recessão, o governo desvalorizou fortemente o real no inicio de 1999. O Dólar, que custava R$ 1, passou a custar mais de R$ 2, voltando depois para R$ 1,75. O Banco Central adotou o cambio flutuante e o sistema de metas para a inflação.

Até hoje a retomada do crescimento econômico, de maneira sustentada, ainda está por acontecer.

*Com Agência Câmara