Após começar a semana se reunindo com o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), o presidente Jair Bolsonaro (PL) acertou nessa quinta-feira (7) duas visitas ao estado acompanhado do senador mineiro e pré-candidato ao governo Carlos Viana (PL). Nesse sábado (9), os dois estarão em Uberlândia onde participarão da Marcha para Jesus. E, no dia 15 de julho, Bolsonaro e Viana vêm a Juiz de Fora para uma “motociata” e para a Convenção da Igreja Assembleia de Deus Madureira.
A aposta no nome de Viana como alternativa para um palanque para Bolsonaro em Minas Gerais foi confirmada na última quarta-feira (6) após encontro dos dois em Brasília. Na ocasião, conforme informou o Estado de S. Paulo, o presidente orientou a Viana que mantivesse a agenda como pré-candidato. A sinalização foi confirmada pelo senador que, momentos depois, postou em suas redes sociais que “mais do que em qualquer outro momento, eu sou pré-candidato ao governo de Minas”.
O desejado arranjo eleitoral com Zema no estado passou a ser considerado pelo Palácio do Planalto como difícil. Mesmo com a maior parte do seu eleitorado declarando também voto em Bolsonaro, o governador também vai bem entre os eleitores do ex-presidente Lula. Outro complicador passa pela pré-candidatura à presidência de Felipe D’Avila (Novo), o que impediria uma aliança formal de Zema e Bolsonaro em Minas Gerais.
Um eventual apoio informal do governador chegou a ser sinalizado ao presidente, mas sem composições que envolva a chapa. Atualmente, Zema trabalha com a possibilidade de indicação do jornalista Eduardo Costa (Cidadania) como vice-candidato e o deputado federal Marcelo Aro (PP) como candidato ao Senado. Nos dois casos, há resistências. Enquanto o Cidadania depende de entendimento com o PSDB, o deputado tem vetos dentro e fora do Palácio Tiradentes.
A pouco menos de três meses das eleições, a opção por Carlos Viana foi o que restou ao presidente após um longo flerte com Zema. Em várias ocasiões, Bolsonaro não poupou elogios à gestão mineira em suas visitas ao estado. Na semana passada, em entrevista à Rádio Itatiaia, o presidente voltou enaltecer o governo do estado e chegou a dizer que o PL, se não conseguisse fazer decolar a campanha de Carlos Viana, poderia abrir mão de candidatura própria e apoiar Zema.
Mesmo com tão recentes declarações de Bolsonaro favoráveis a Zema, a avaliação do Palácio do Planalto é de que será possível fazer crescer a candidatura de Carlos Viana no estado e forçar um segundo turno, quando necessariamente o presidente e o governador estarão do mesmo lado. Nesse sentido, o crescimento de outras candidaturas, como a do ex-deputado Marcus Pestana (PSDB), também devem ajudar.