De todo o esgoto coletado e lançado no Rio Paraibuna, apenas 10,33% receberam algum tipo de tratamento durante o ano de 2022. O baixo percentual colocou Juiz de Fora mais uma vez entre as dez cidades mais populosas do país com pior índice de esgoto tratado. Os dados são da edição de 2024 do “Ranking Saneamento”, que é elaborado anualmente pelo Instituto Trata Brasil em parceria com GO Associados, e foi divulgado nessa quarta-feira (20).
O baixo índice de tratamento de esgoto foi determinante para Juiz de Fora cair três posições no Ranking do Saneamento deste ano em relação ao de 2023, saindo da 70ª posição para a 73ª. O levantamento foi feito a partir das informações do SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento) ano-base de 2022, publicado pelo Ministério das Cidades, e envolve os cem municípios brasileiros mais populosos.
Considerando apenas as cidades mineiras que fazem parte do levantamento, Juiz de Fora ficou novamente em último lugar, atrás de Uberlândia, Uberaba, Montes Claros, Belo Horizonte, Contagem, Betim e Ribeirão das Neves. Também nesse caso, o fator determinante para o baixo desempenho de Juiz e Fora envolve o pífio tratamento de esgoto. Para se ter uma ideia, Ribeirão das Neves, que tem o segundo pior índice no estado, trata 60,9% do esgoto produzido.
Em maio de 2022, em entrevista para o jornal Tribuna de Minas o diretor-presidente da Cesama, Júlio César Teixeira, informou que, com a inauguração da elevatória Independência, o índice de tratamento de esgoto no município saltaria para 42,5% em maio, e, em dezembro, alcançaria 47,5%. De acordo com o Instituto Trata Brasil, Juiz de Fora tratou apenas 10,33% do esgoto naquela ano, ou seja, apenas a quarta parte da meta estabelecida pela Cesama.
O que diz a Prefeitura
O Pharol entrou em contrato com a Prefeitura de Juiz de Fora por meio de email e questionou quais as medidas estão sendo tomadas para melhorar a posição do município no Ranking do Saneamento, mas não obteve resposta até a publicação da matéria. No site da Cesama, há a informação, não confirmada pelo Trata Brasil, de que “em 2022, o município deu um salto no índice de tratamento de esgoto, passando de 7,5% para cerca de 31%.”