Meio Ambiente

Juiz de Fora registra quatro tremores de terra em menos de 40 anos

Juiz de Fora voltou a tremer. No último sábado (3), um leve abalo sísmico de magnitude 1,7 na escala Richter foi sentido por moradores da região Sul da cidade, especialmente no bairro Santa Luzia. Apesar da baixa intensidade, o tremor foi suficiente para causar estrondos e vibrações percebidas em janelas e portas de residências, gerando apreensão entre os moradores.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, cerca de 20 ligações foram registradas por causa do fenômeno. A Defesa Civil Municipal realizou vistorias em imóveis, mas não identificou danos estruturais. A Prefeitura informou ainda que a Fiscalização de Posturas e a Guarda Municipal foram mobilizadas para acompanhar a situação.

O episódio é o quarto tremor registrado em Juiz de Fora nas últimas quatro décadas. Dados do Museu de Topografia Professor Laureano Ibrahim Chaffe, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), mostram que a cidade já registrou eventos semelhantes em 1986 (2,3 graus), 1991 (2,6 graus) e 2008 (2,0 graus). Todos foram de baixa intensidade, mas perceptíveis para parte da população.

Brasil também treme

Durante muito tempo, acreditou-se que o Brasil estivesse livre de terremotos, por se localizar em uma área considerada “passiva”, longe dos limites entre placas tectônicas, onde ocorrem os grandes abalos. Com o avanço da tecnologia e a instalação da rede mundial de sismologia, em 1968, tornou-se possível identificar com precisão até mesmo os pequenos tremores que ocorrem no interior da Placa Sul-Americana, onde o país está situado.

O primeiro registro fatal causado por um terremoto no Brasil ocorreu em 2007, no vilarejo de Caraíbas, em Itacarambi (MG). O tremor, de 4,9 graus, durou cerca de 15 segundos e deixou uma menina de cinco anos morta e seis pessoas feridas.

O maior abalo sísmico já medido em território nacional foi registrado entre os estados do Acre e do Amazonas, em 20 de janeiro de 2024, com 6,6 graus de magnitude.

Entenda a escala Richter

A intensidade dos terremotos é medida pela escala Richter, criada na década de 1930 pelos sismólogos Charles Francis Richter e Beno Gutenberg. A escala não tem limite máximo e mede a amplitude das ondas sísmicas.

  • Até 1,9 grau: perceptível apenas por sismógrafos.

  • 2,0 a 3,9 graus: sentidos por pessoas, mas com poucos danos.

  • 4,0 a 4,9 graus: podem quebrar vidros e objetos.

  • 5,0 a 5,9 graus: provocam danos leves em prédios bem construídos.

  • 6,0 a 6,9 graus: podem ser devastadores em áreas próximas ao epicentro.

  • Acima de 7,0 graus: têm potencial para destruição em larga escala.

Embora os tremores brasileiros sejam, em geral, leves e esporádicos, especialistas alertam que o monitoramento é essencial para compreender melhor as dinâmicas geológicas do território nacional, inclusive em cidades como Juiz de Fora, onde a terra insiste, de tempos em tempos, em se fazer sentir.

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