Educa

Como foi o ato dos estudantes contra os cortes de Bolsonaro na educação?

Estudantes condenaram descaso do governo Bolsonaro com a educação (Foto: Pâmela Costa)

Os cortes do governo Jair Bolsonaro (PL) no orçamento da educação se tornaram pivô de protestos em todo país na terça-feira (18). Em Juiz de Fora, os estudantes fizeram uma passeata com início no campus da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora) e concentração final em frente à Câmara Municipal no Parque Halfeld.

Bolsonaro foi o principal alvo de protestos ao longo de todo o trajeto. Chamado pelos participantes de “inimigo da educação” e “fascista”, seu governo foi apontado como responsável pelo sucateamento do ensino superior no país. Cartazes contra o presidente mostravam reclamações contra o descaso com as universidades.

Ainda no campus da UFJF, o reitor Marcus David se juntou aos estudantes durante um momento para denunciar a escassez de recursos. O deputado estadual Betão (PT) e a deputada eleita Ana Pimentel (PT) também discursaram em defesa da educação, assim como a professora e ex-candidata ao governo de Minas Gerais, Lorene Figueiredo (PSOL).

Para Jordana Mello, secretária-geral do DCE (Diretório Central dos Estudantes), a mobilização foi uma resposta aos vários casos de violência em todos os aspectos que estudantes vêm sofrendo em âmbito nacional. Com a chegada de Bolsonaro ao poder, os recursos da educação sofrem reduções sistemáticas.

Recentemente, no início do mês, foram bloqueados recursos com mais impacto nas contas de institutos e universidades federais. As instituições se posicionaram contra de forma veemente devida à gravidade da situação, considerada como insustentável para a manutenção das atividades.

Na ocasião, o ministro da Educação, Victor Godoy Veiga, negou o bloqueio na dimensão denunciada pelas instituições, que foram acusadas de estarem agindo por motivação política. Mas não demorou muito para o MEC (Ministério da Educação) anunciar o desbloqueio em razão da pressão política.

As entidades estudantis chamaram os atos antes do recuo do MEC e mantiveram a mobilização “em defesa da educação e contra o orçamento secreto”. Encabeçaram os protestos entidades como a UNE (União Nacional dos Estudantes), UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) e ANPG (Associação Nacional de Pós-Graduandos).

De acordo com lideranças do movimento estudantil, foram realizados atos em pelo menos 73 cidades de 19 estados e no Distrito Federal. Em vários locais havia faixas contra a reeleição de Bolsonaro e de apoio a Lula.

A constante crise na educação no governo Bolsonaro

A educação vive uma sucessão de crises durante o governo de Jair Bolsonaro. No caso mais grave, o ex-ministro Milton Ribeiro saiu do cargo uma semana após áudio publicado pelo jornal Folha de São Paulo revela que ele privilegiava pedidos de pastores sob orientação de Bolsonaro.

Antes, ainda no primeiro ano da gestão, o ex-ministro Abraham Weintraub disse em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo que cortaria verbas de universidades como retaliação ao que ele classificou como balbúrdia. Ele também relacionou as instituições públicas de ensino superior a uso e produção de drogas.

As instituições federais de ensino superior enfrentam reduções no orçamento livre, cortes e congelamentos. Em Juiz de Fora, o reitor Marcus David, em entrevista para O Pharol, revelou que manter a instituição aberta se tornara uma ato de resistência contra a política de destruição imposta pelo governo Bolsonaro.

* Sob supervisão de um jornalista profissional

Sair da versão mobile