Holofote

Bancada de Juiz de Fora se divide sobre CPI dos atos golpistas

Bancada do PT, de Ana Pimentel, considera as investigações em curso suficientes; Ione Barbosa segue oposição e requer abertura de CPI (Fotos: divulgação)

As deputadas federais com domicílio eleitoral em Juiz de Fora, Ana Pimentel (PT) e Ione Barbosa (Avante), adotaram posições antagônicas em relação à criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre os atos golpistas do dia 8 de janeiro. A proposta é investigar se houve omissão das autoridades federais para impedir os ataques às sedes dos Três Poderes.

Ione Barbosa aparece na lista de 189 deputados (do mínimo necessário de 171) e 33 senadores (do mínimo de 27) favoráveis à criação de uma comissão mista, com participação da Câmara dos Deputados e do Senado. O autor do pedido, deputado federal André Fernandes (PL), protocolou o requerimento na segunda-feira (27) e aguardar apreciação do presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD).

Por outro lado, Ana Pimentel, que é vice-líder do PT na Câmara dos Deputados, atua para tentar esvaziar a comissão. O entendimento da bancada petista é de que, caso a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) seja instalada, o governo terá dor de cabeça. O maior risco envolve a possibilidade de a oposição criar narrativas contra a gestão do presidente Lula (PT) e sua atuação durante os atos golpistas.

As lideranças governistas trabalham para que parlamentares de partidos com presença na Esplanada dos Ministérios, como o MDB, o PSD e o União Brasil, retirem suas assinaturas. O movimento pode ser feito até leitura do requerimento por Rodrigo Pacheco, o que marca o início dos trabalhos da comissão. Até essa quarta-feira (2) apenas dois deputados – Célio Silveira (MDB) e Chiquinho Brazão (União) – haviam recuado.

O argumento da bancada petista é de que as ações em curso da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e do Supremo Tribunal Federal já foram suficientes para esclarecer os fatos ocorridos no dia 8 de janeiro. As investigações já teriam chegado aos idealizadores e aos financiadores, além de ter identificado quem participou e quem se omitiu.

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