Depois de a “proposta salarial final”, apresentada no final da tarde da última segunda-feira (25), ser rejeitada pelos servidores públicos municipais na manhã de hoje (26), a Prefeitura de Juiz de Fora pretende voltar atrás e apresentar uma nova última proposta para a categoria antes da audiência pública para tratar do reajuste do funcionalismo prevista para às 15h dessa quarta-feira (27) na Câmara Municipal.
Em conversas com representantes do Sinserpu-JF (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Juiz de Fora) e das chapas que disputam a direção da entidade, interlocutores do Executivo relataram o receio quanto ao eventual uso político da negociação salarial dos servidores pela oposição. Sindicalistas ouvidos por O Pharol, por sua vez, consideraram a precaução como forma de o Governo preservar sua base.
Para tentar demover os trabalhadores de participarem da audiência, a Prefeitura de Juiz de Fora precisará aumentar o valor do ticket-alimentação para R$ 600, estendendo seu pagamento para todos servidores – atualmente, o benefício é de R$400 e pago somente para aqueles com remuneração de até R$ 3.960. O reajuste de 4,62% referente as perdas inflacionárias já está acertado.
Na tal “proposta salarial final”, apresentada nas redes sociais e no site da Prefeitura, fato que contrariou os sindicalistas envolvidos nas negociações, o Executivo se comprometeu a elevar o valor do ticket-alimentação para R$ 500 e estender sua aplicação aos trabalhadores que recebam remuneração até o limite de R$ 5 mil. A proposta acabou foi rejeitada pelos trabalhadores.
A assembleia, que aconteceu no vão livre do prédio da Prefeitura, reuniu o segundo maior contingente de trabalhadores desde o início do movimento grevista. Devido a expectativa de acordo, uma vez que se tratava de uma “proposta salarial final”, terceirizados do Demlurb e da Empav foram liberados para participarem da reunião. Ao término, esses dois grupos acabaram acompanhando os demais e rejeitando a proposta.