Holofote

Dandara desiste de disputar presidência do PT de Minas e encerra polêmica no partido

A deputada federal Dandara Tonantzin (PT) anunciou, nessa quarta-feira (9), sua desistência da disputa pela presidência do Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores em Minas Gerais e informou que não dará continuidade ao processo judicial que movia contra a legenda. A decisão ocorre após semanas de embates internos e disputas jurídicas que culminaram no adiamento das eleições internas no estado, anteriormente marcadas para o dia 6 de julho.

Dandara, que havia conseguido uma liminar na Justiça garantindo sua participação na eleição, teve a medida posteriormente derrubada. A votação foi então remarcada para o próximo domingo (13), data em que também ocorrerão as eleições para os diretórios municipais em todo o estado.

Em vídeo divulgado nas redes sociais ao lado do presidente nacional eleito do PT, Edinho Silva, a parlamentar justificou a retirada da candidatura como um gesto em favor da unidade partidária. “Derrotar o fascismo exige coesão e coerência partidária; dispersão é um luxo de quem imagina já ter vencido, não de quem ainda precisa assegurar comida na mesa, emprego digno e soberania ao nosso povo. Por isso, decidimos que não levaremos o processo judicial adiante. Isso não é um passo atrás. É um salto para o futuro”, declarou.

A fala foi acompanhada por manifestações de apoio de Edinho Silva e do deputado federal Reginaldo Lopes (PT), um dos principais apoiadores da candidatura de Dandara. “Esse seu gesto mostra o seu tamanho político. A sua importância enquanto liderança para o nosso partido”, afirmou Edinho. O presidente eleito da sigla também destacou o cenário internacional, mencionando o “governo autoritário e de viés fascista” do norte-americano Donald Trump como um alerta para a necessidade de coesão na esquerda brasileira.

A desistência encerra um dos episódios mais tensos do Processo de Eleições Diretas (PED) do PT em 2025. Dandara teve sua candidatura inicialmente indeferida por instâncias internas da sigla, sob alegação de inadimplência com as contribuições partidárias — uma suposta dívida de R$ 130 mil. A deputada, no entanto, afirmou ter realizado os pagamentos dentro do prazo e atribuiu a não efetivação de um dos boletos a erro bancário. Mesmo após apresentar comprovantes, as comissões partidárias mantiveram a exclusão.

A decisão judicial que lhe dava o direito de concorrer foi contestada pelo Diretório Nacional, que alegou inviabilidade logística e política para incluir seu nome nas cédulas já distribuídas em mais de 700 municípios mineiros. Em consequência, a Executiva Nacional optou pelo adiamento do pleito no estado e convocou reunião extraordinária para tratar da judicialização de disputas internas.

Ao anunciar sua retirada da corrida eleitoral, Dandara destacou a necessidade de preservar a militância petista e apontou que “a intransigência e os arroubos antidemocráticos desgastam e desmobilizam o nosso maior patrimônio, a militância. Com este gesto, queremos transformar tensões internas em sinergia programática e deixar claro quem é o inimigo real a ser combatido”.

Com a saída de Dandara, a eleição do novo presidente do PT mineiro ocorrerá no domingo (13), entre 9h e 17h. A disputa interna agora segue com Leninha, Juanito Vieira e Esdras Queiroz no páreo e vai redefinir o comando da legenda no segundo maior colégio eleitoral do país.

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