Polytheama

Juiz-forana que esteve no elenco de “Mulher-Maravilha” faz sua estreia em novelas

Atriz está no elenco da novela “Quanto mais vida melhor” da Rede Globo (Foto: Guilherme Sausanavicius)

Ela é natural de Juiz de Fora. É atriz, modelo e roteirista. Marcella Maia, mais conhecida como A MAIA, pode ser vista mais recentemente como a personagem Anjo da Morte na novela “Quanto mais vida melhor”, de Mauro Wilson, que estreou no dia 22 de novembro na Rede Globo. E chamou a atenção do público ao contracenar com nomes como Giovanna Antonelli, Mateus Solano e Vladimir Brichta. Para o papel, foram cogitadas Fernanda Montenegro e Patrícia Pillar. No entanto, o diretor da novela, Allan Fiterman, que já conhecia os trabalhos da atriz bateu o pé e a convocou para assumir uma espécie de antagonista divinal na trama.

“Estava em Portugal quando recebi o convite. Já tinha feito inúmeros testes na Rede Globo, cheguei quase a passar para o elenco da novela ‘A Dona do Pedaço’, mas não fui aprovada. Logo depois disso, fui fazer duas peças, fiz série na HBO. Mas me chamaram. O Allan estava apreensivo, pois o papel já havia passado por outras atrizes. Fiz minhas malas e fui pro Brasil”, conta A MAIA, que vem de uma família bastante humilde e foi para ajudar em casa que se tornou artista nas ruas de Brasília, cidade onde morou a maior parte da infância e adolescência.

Na música

Como cantora e compositora, lançou o clipe da canção “Diamantes” no dia 26 de novembro. Uma trajetória na música que começou há mais ou menos um ano, com o lançamento do single “Pra Dá Dolce Bacana”, que já ultrapassou as 700 mil visualizações nas plataformas online. Ainda compôs a música “Se assuma” e assinou com a distribuidora digital Alfafonte, que possui escritórios no mundo todo e cuida dos trabalhos de artistas como Marina Sena, Criolo, Arnaldo Antunes, Duda Beat e Xênia França, entre outros. Mas a artista ainda é responsável por gerir própria carreira musical e tem um selo chamado Afrodite Music.

“A música é minha cura, meu respiro, onde eu deixo todas as dores e fantasmas. A música me salvou”, filosofa, lembrando que não sabia cantar quando participou do espetáculo musical “Roda Viva”, com o diretor Zé Celso Martinez Corrêa, em São Paulo. Foi ali que houve um divisor de águas na sua carreira. “Saía dos ensaios quebrada. Mas assim que fui buscar o ensino, a pesquisa, o canto”, recorda.

Nas passarelas, A MAIA desfilou para marcas importantes na Europa. Participou também da série “Todx Nós”, na HBO, e interpretou uma das amazonas amigas da clássica personagem Diana Prince no filme “Mulher Maravilha”, de 2017. “Morava em Londres na época e o filme foi gravado em Hollywood e em algumas praias da Europa. “Meu booker só me disse que eu estava em stand by pra um filme muito grande. Quando o motorista chegou para me buscar, a primeira coisa que eu vi foi o Castelo de Hogwarts. Não acreditava que estava entrando em um grande estúdio”, se diverte A MAIA. “Mulher Maravilha” ainda fez com que ela desse um passo em sua vida pessoal e profissional. Foi a partir daquela experiência que a artista se colocou no mercado como uma mulher trans.

“O meu gênero não foi pauta para nenhum desses papéis”

Durante sete anos, A MAIA conta que não assumia sua condição de mulher trans. “Não falava, inclusive para meus namorados. Não sentia essa necessidade, pois é uma coisa muito íntima e eu não me sentia preparada. O que me deu força foi o movimento de empoderamento que eu trago na minha arte. Falo para aquela mana que está lá, sem nenhum centavo no bolso, sem condição de sair da periferia”, finaliza.

Sair da versão mobile