Conjuntura

O protesto de sindicatos e vereadores do PT contra a terceirização na saúde

O vereador Juraci Scheffer (PT), Chiquinho (presidente do Sinserpu-JF) e a vereadora Cida Oliveira (PT) durante protesto em frente ao PAI (Foto: Sinserpu-JF/Divulgação)

O Sinserpu-JF (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Juiz de Fora) realizou um ato de protesto em frente à sede do PAI (Pronto Atendimento Infantil), na Avenida dos Andradas, contra a transferência da gestão da unidade para o HMTJ (Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus). A mudança encontra-se em fase de análise pela Prefeitura de Juiz de Fora.

O novo modelo de gestão, ainda em fase de desenvolvimento, prevê a permanência dos servidores técnicos do município (médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem), ficando a recepção e os demais serviços a cargo do HMTJ. Os trabalhadores públicos, no entanto, querem entender melhor o processo, uma vez que exercerão suas atividades em uma estrutura particular.

Durante o protesto, o presidente do Sinserpu-JF, Francisco “Chiquinho” Carlos da Silva, lembrou do histórico do PAI, criado há 20 anos, e criticou a proposta de mudança. “Vai sacrificar sobretudo as mães das crianças (por conta do deslocamento até o novo endereço no Bairro São Mateus).”

A diretora de Saúde da entidade, Deise Medeiros, disse que não há sentido na troca de gestão. “O PAI atende, com qualidade, uma média de 3.800 crianças por mês, vindas de 30 bairros das zonas leste e nordeste da cidade. O prédio precisa de reformas, mas nunca de transferência de gestão. O PAI precisa continuar sendo 100% público”.

As críticas em relação à mudança de gestão para o setor privado foram mais duras e incisivas. “É uma atitude estranha essa da Prefeitura, pois trata-se de uma terceirização, uma prática condenada pelo Sindicato e também na campanha eleitoral da atual prefeita”, criticou Cosme Nogueira, da direção do Sinserpu-JF.

O presidente da Câmara Municipal, vereador Juraci Scheffer (PT), seguiu no mesmo tom. “A saúde não é para dar lucro, mas para manter o bem-estar da nossa população.” Ele cobrou que a Secretaria de Saúde discuta a questão com a sociedade. “Não podemos fazer de conta, fingir que nada está acontecendo. Vamos ser transparentes. Essa discussão precisa passar pela Câmara Municipal, pelo Sindicato”.

A vereadora Cida Oliveira (PT), que também integra a direção do Sinpro-JF (Sindicato dos Professores de Juiz de Fora), lembrou do protesto realizado por seu grupo político em relação à proposta da Fhemig (Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais) de entregar a gestão do HRJP (Hospital Regional João Penido) para uma OS (Organização Social).

“No início deste ano, estávamos no (Hospital Regional) João Penido fazendo a defesa daquele hospital que precisa ser público. Estamos fazemos aqui a mesma discussão. Somos favoráveis que o PAI siga 100% SUS. Tem que ser gestão pública e não entregue para a iniciativa privada.”

A Secretaria de Saúde ainda não se prenunciou sobre a mudança. O Pharol encaminhou questionamentos sobre o processo para a Secretaria de Comunicação Pública no dia 27 de julho, mas não obteve resposta. Na manhã dessa terça-feira (19), um novo questionamento foi feito à Prefeitura de Juiz de Fora, que também não foi respondido.

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