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Covid-19: Liberada vacina para bebês em Juiz de Fora

Todas as crianças de 6 meses até 4 anos, 11 meses e 29 DIAS, mesmo as sem comorbidades, podem ser vacinadas contra Covid-19 em Juiz de Fora.

Passei meses aguardando essa manchete. Não veio assim, nas letras garrafais que eu esperava, grito gráfico traduzindo o grito real preso na minha garganta. Nem sequer mereceu uma postagem de destaque nas redes sociais. De todo modo, porém, a notícia está lá. Tímida, quase no pé da página, misturada ao calendário completo de imunização contra a Covid-19 disponibilizado diariamente no site da Prefeitura: “Primeiras e segundas doses de todas as crianças de seis meses a menores de cinco anos DSMGCA de 8h às 11h30 e de 13h às 16h30”.

E essa nem é a notícia mais ansiada. Nem a mais feliz. É, no entanto, o motivo pela qual a mais ansiada e feliz pode ser dada nesta terça-feira, 14 de fevereiro de 2023: hoje, por volta de 8h10 da manhã, meu filho Tito, 1 ano e 4 meses recém-completados, se vacinou.

Desde a frustração vivida no dia 27 de janeiro, que contei aqui, passamos duas semanas monitorando a imunização de crianças na cidade, seja pelo telefone, pelo site ou até mesmo pessoalmente, como o Gustavo Burla completou aqui. E, assim como minha amiga Simone me avisou que, naquele dia 27 — e somente nele —, estavam vacinando bebês sem comorbidades mesmo que o calendário oficial dissesse que não, tratei eu também de compartilhar a informação de hoje com outras amigas mães. Para que o boca a boca contribua onde outros meios de comunicação faltam. Porque, num país em que a cobertura vacinal infantil despencou para níveis assustadores — mesmo em relação a outras doenças que não a Covid, para as quais não faltam nem imunizantes nem experiência —, é incompreensível que, logo na vez dos pequeninos, não haja uma ampla campanha de divulgação, de mobilização e de defesa de que vacinas salvam vidas.

Por isso, este texto não tem atos, não tem cenas, não tem memórias aleatórias e misturadas, não tem muitas palavras. Mas tem emoção: pelo meu filho, enfim, vacinado; pela foto que recebi de uma amiga agradecida mostrando o esparadrapo em outra perninha rechonchuda; pelo alívio de saber que, agora sim, nenhum grupo vulnerável continuará desprotegido.

E tem também um apelo: vacinem suas crianças. O DSMGCA (Departamento de Saúde da Mulher, Gestante, Criança e do Adolescente) fica na Rua São Sebastião, 772/776, Centro.

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