Conjuntura

Em quais cidades estão as maiores rendas da Zona da Mata?

Renda média por habitante de Juiz de Fora é de R$ 1.779 (Foto: PJF)

Juiz de Fora e Viçosa possuem as maiores rendas médias da Zona da Mata, aponta um estudo do economista Marcelo Neri, diretor do FGV Social (Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas). Enquanto os rendimentos médios dos juiz-foranos somam R$ 1.779, os dos viçosenses alcançam R$ 1.546. A menor renda média per capita da região está em Pedra Bonita: R$ 130.

O chamado “O mapa da riqueza no Brasil” leva em consideração a base de dados do Imposto de Renda, seguindo a mesma metodologia usada pelo economista francês Thomas Piketty, no livro “O Capital no século XXI”. O método é considerado mais eficaz como forma de apurar as grandes rendas, que dificilmente são mensuradas em pesquisas domiciliares, dado o difícil acesso aos condomínios de luxo.

Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, é o município com a maior renda média por habitante do país: R$ 8.897. A unidade federativa com a maior renda média (R$ 3.148) é o Distrito Federal. Minas Gerais aparece em nono lugar, com uma renda média de R$ 1.153. Entre as capitais, o ranking é liderado por Florianópolis (R$ 4.215), seguido por Porto Alegre (R$ 3.775) e Vitória (R$ 3.736).

Na Zona da Mata, além de Juiz de Fora e Viçosa, aparecem no ranking das maiores rendas médias Ponte Nova (R$ 1.268), Bicas (R$ 967), Simão Pereira (R$ 895), Muriaé (R$ 872), Matias Barbosa, (R$ 861) Cataguases (R$ 835), Santos Dumont (R$ 812) e Além Paraíba (R$ 807).

Na outra ponta, com as menores rendas médias por habitante, estão Guaraciaba (R$ 213), Araponga (R$ 201) Rio Espera (R$ 198), Vermelho Novo (R$ 193), Santana do Manhuaçu (R$ 184), Fervedouro (R$ 169), Bias Fortes (R$ 168), Cipotânea (R$ 146), Orizânia (R$ 133) e Pedra Bonita (R$ 130).

A proposta do estudo é subsidiar reformas nas políticas de impostos sobre a renda e sobre o patrimônio. “Neste estudo lançamos mão dos últimos dados do Imposto de Renda relativos a 2020 com o intuito de identificar a localização geográfica dos grupos mais abastados ao longo do território nacional”, explica Marcelo Neri.

O pesquisador revela ainda que a desigualdade de renda no Brasil é ainda maior do que o imaginado. “Se a fotografia da distribuição de renda é péssima, o filme da pandemia também é”. A pesquisa mostra que, mesmo com o auxílio emergencial que preservou a renda dos mais pobres, a desigualdade não caiu em 2020, como se acreditava. Isso porque o ganho da classe média teve desempenho muito pior que o dos mais ricos.

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