Conjuntura

Juiz de Fora registra pior desempenho de arrecadação em um primeiro semestre desde 2021

A arrecadação de Juiz de Fora no primeiro semestre de 2025 registrou o menor crescimento desde o início do governo Margarida Salomão (PT). Entre janeiro e junho, as receitas correntes do município totalizaram R$ 1,77 bilhão, um aumento nominal de 4,63% em comparação ao mesmo período do ano anterior. No entanto, ao descontar a inflação acumulada pelo IPCA (2,99%), o crescimento real foi de apenas 1,6%, indicando uma desaceleração significativa na expansão da receita. As metas fiscais deste ano registram déficit de R$ 380,3 milhões. Os dados são do Tribunal de Contas de Minas Gerais (TCE-MG).

Este resultado contrasta fortemente com os primeiros semestres de anos anteriores, que apresentaram avanços nominais de 22% em 2024, 11,16% em 2023 e 22,87% em 2022. O desempenho mais fraco de 2025 é atribuído principalmente às baixas performances das receitas próprias de impostos, taxas e contribuições de melhoria (8,83%) e também das transferências correntes (5,04%).

Em contrapartida à desaceleração da receita, as despesas correntes do município cresceram em ritmo muito mais acelerado. No primeiro semestre de 2025, os gastos municipais atingiram R$ 1,54 bilhão, representando uma alta nominal de 17,70% em relação a 2024, o que equivale a um aumento real de quase 14,7%. Os gastos com Pessoal e Encargos Sociais continuam sendo o principal fator, somando R$ 998,6 milhões (17,62%) e consumindo aproximadamente dois terços das despesas correntes.

A análise da trajetória recente revela que o aumento das despesas tem superado consistentemente o ritmo de crescimento da arrecadação em anos cruciais. Em 2023, por exemplo, os gastos subiram 35,71% enquanto as receitas aumentaram apenas 11,16%. Em 2025, essa disparidade voltou a se acentuar, gerando pressão sobre o equilíbrio fiscal do município e reduzindo a margem para novos investimentos e políticas públicas.

Embora as receitas tenham apresentado crescimento consistente nos últimos anos, a forte desaceleração observada no primeiro semestre de 2025 limitou a capacidade de expansão dos gastos. As despesas, por sua vez, voltaram a acelerar, com picos em 2023 e novamente neste ano, comprometendo o relativo equilíbrio fiscal alcançado em 2024.

Os gastos com pessoal permanecem em patamar elevado e continuam a crescer acima da inflação, o que restringe a flexibilidade fiscal do município. Como consequência, o aumento das despesas (17,70%) superou em quase quatro vezes o das receitas (4,63%), resultando na deterioração do saldo corrente e intensificando a pressão sobre as finanças municipais.