
Ah, o Brasil… esse eterno picadeiro de vaidades onde os palhaços trocam de roupa, mas o espetáculo é sempre o mesmo: uma tragédia farsesca. Agora, o grande circo pega fogo com a tal sobretaxa americana, e o que a fumaça revela? Que os dois grandes “líderes”, os arquirrivais de araque, são apenas reflexos distorcidos no mesmo espelho quebrado.
Não se enganem, meus caros. Não há projeto, não há nação, não há futuro sendo desenhado. O que existe é a ganância crua, o desejo quase erótico pelo poder. De um lado, o demiurgo de Garanhuns, que em quarenta anos de palanque não conseguiu parir um único herdeiro político que não fosse sua própria sombra. É o messias que não tolera outros santos no seu altar.
Do outro, o clã do “mito”, uma tribo familiar que patrulha o cercadinho da direita com a fúria de cães de guarda, aniquilando qualquer broto de liderança que ouse crescer sem a bênção do patriarca. É a monarquia do nada.
E o que vemos agora? O filho pródigo da república das bananas, em seus delírios de diplomacia de zap, flerta com sanções contra o próprio país. Que se dane a economia, que os empregos evaporem! O que importa é salvar a própria pele, a própria família, mesmo que para isso seja preciso afundar o navio inteiro.
Enquanto isso, o outro, com seu faro de animal político, fareja no tarifaço uma oportunidade de ouro. Não há um pingo de estadismo, de preocupação real. Apenas o cálculo frio para reanimar uma popularidade que cambaleia, que se arrasta. Ele dança sobre os escombros da nossa economia, sorrindo para a plateia, sonhando com a próxima faixa presidencial.
Ambos, com os olhos vidrados em 2026, transformaram a nação num detalhe irrelevante, num cenário descartável para sua peça medíocre.
E o Brasil? Ah, o Brasil… O Brasil assiste a tudo com a boca aberta de quem espera o próximo capítulo da novela, sem perceber que o protagonista sacrificado, no final, é sempre ele. Pobre país, refém de seus próprios salvadores. Que tédio.