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Impacto da pandemia sobre cultura foi mais forte que o esperado

Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura analisou resposta de governos em várias partes do mundo; indústria do cinema deve perder 10 milhões de empregos este ano.

As consequências econômicas da crise de Covid-19 afetaram a cultura de forma mais severa do que se esperava. A constatação é da Unesco. A agência da ONU analisou as medidas de governos para socorrer o setor em vários países.

Durante seis meses de confinamento social, a área de produção musical pode ter perdido mais de US$ 10 bilhões em patrocínio e apoio institucional. O mercado livreiro deve sofrer uma redução de 7,5% por causa da crise.

Cinema e música

Na indústria de cinema, 10 milhões de postos de trabalhos podem ter sido eliminados somente neste ano, e um terço das galerias de arte contaram ter cortado pessoal.

Num novo guia, a Unesco ressalta o fechamento de salas de cinema e teatros e livrarias. Além disso, muitos artistas ficaram sem oportunidade de trabalho. Na publicação da Unesco: Cultura em Crise, uma Guia de Políticas para um Setor Criativo e Resiliente, a agência quer assistir governos.

A Unesco lembra que a cultura concentra 30 milhões de empregos. A diretora-geral da agência, Audrey Azoulay, afirma que é preciso ajudar o setor a sair da crise e fomentar a diversidade cultural.

Artistas trabalham geralmente no setor informal e acabam ficando esquecidos num momento de crise como esse. As mulheres estão ainda mais expostas a trabalhos precários na arte e cultura e por isso mais propensas à insegurança social.

Lives na internet

O guia da Unesco para ajudar o setor da cultura a sair da crise gerada pela pandemia traz três eixos principais de ação que os governos podem tomar como apoiar os artistas e profissionais do setor, fortalecer a concorrência das indústrias criativas e culturais e apoiar indiretamente suas ações.

A agência da ONU citou os exemplos do Uruguai, Filipinas e do Zimbábue, que estabeleceram fundos de apoio aos artistas durante a pandemia. Já a Alemanha e os Emirados Árabes Unidos se propuseram a comprar os trabalhos dos artistas além de encomendar obras durante a quarentena.

Desde a pandemia, muitos espetáculos passaram a ser feitos online, mas com 46% da população global ainda sem acesso à internet, quase metade do mundo permanece sem acesso à cultura e os artistas sem o contato com o público.

Fonte: UNESCO