O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, (PSDB) virão a Minas Gerais em outubro para tentar angariar apoio entre os tucanos mineiros. Os dois governadores são adversários na prévia do PSDB, marcada para novembro, que vai escolher o candidato do partido à Presidência nas eleições de 2022.
Ainda não há data definida para a viagem e nem quais cidades serão visitadas. Certo é que o vice-governador de Minas, Paulo Brant, e o vice-prefeito de Juiz de Fora, Kennedy Ribeiro, ambos recém-filiados ao PSDB, estarão entre os principais anfitriões.
A recepção de Doria no PSDB mineiro ainda é uma incógnita. O paulista é desafeto do deputado e ex-governador Aécio Neves (PSDB) há anos, mas a temperatura subiu ainda mais no início de 2021, quando Doria pediu que o mineiro fosse expulso da legenda, o que não aconteceu.
No início de setembro, a Comissão Executiva do PSDB em Minas divulgou publicamente que vai apoiar Eduardo Leite na prévia da legenda. Segundo o diretório, ele demonstrou capacidade administrativa, liderança e articulação política para “resolver grandes problemas que afetavam o Rio Grande do Sul”.
“Portanto, prevaleceu para a decisão, o reconhecimento de que Eduardo Leite tem enorme história de militância no PSDB. Além disso, é o candidato a se apresentar nas prévias internas com interlocução em todas as forças políticas do centro e em condições de construir uma forte terceira via para as eleições presidenciais”, justificou o diretório.
Um dos maiores entusiastas entre os tucanos mineiros da candidatura de Leite é o deputado estadual Gustavo Valadares, líder do governo Zema na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
“Eduardo já se mostrou um baita gestor, já tem experiência em gestão, foi prefeito de Pelotas e governador do Rio Grande do Sul. Está transformando e recuperando o estado. É uma pessoa agregadora, de discurso afável e sem radicalismos. É o que o Brasil precisa neste momento”, disse, em entrevista a O Pharol.
Valadares foi às redes sociais no final de agosto para “denunciar” que um aliado de Doria tentou usar o fundo eleitoral para conquistar apoio entre os prefeitos do PSDB de Minas.
“Estarrecido com a informação de que o tesoureiro nacional do PSDB, César Gontijo, esteve hoje em Belo Horizonte, sem autorização da executiva nacional, procurando e pressionando prefeitos que tiveram acesso ao fundo eleitoral em 2020 e cobrando apoio a Doria”, publicou o deputado estadual.
“Uma tentativa vergonhosa de usar os recursos públicos e cobrar a fatura. Aqui em Minas não aceitamos isso! Vá embora César Gontijo e leve contigo a sua petulância!”, concluiu Gustavo Valadares.
João Doria, em entrevista à rádio Super, de Belo Horizonte, na última quinta-feira (23), disse que não é o PSDB mineiro que está contra ele, mas somente “alguns” integrantes, em referência velada a Aécio.
Segundo Doria, há vários outros integrantes do partido em Minas que estão “abraçados” com ele. A visita do paulista vai mostrar se a tese dele é verdadeira.