Romeu Zema (Novo) considerou o seu governo como o mais austero do estado e afirmou não possuir “nenhum tipo de privilégio ou mordomia” pessoal em função do cargo. As declarações foram dadas nessa terça-feira (28) durante a abertura da 24ª edição da Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios. Na semana passada, o governador defendeu a proposta que aumenta seu salário em 300%, saltando de R$ 10,5 mil para R$ 41,8 mil em três anos.
O projeto de lei nº 414/2023 prevê o reajuste escalonado do salário do governador, do vice-governador e dos secretários e secretários adjuntos do estado a partir de 1º abril deste ano. Os aumentos serão concedidos de forma escalonada. No caso do chefe do Executivo, a proposta é de o salário saltar dos atuais R$ 10.500,00 para R$ 37.589,96 a partir de abril de 2023, aumentando para R$39.717,69 em 2024 até chegar a R$ 41.845,49 em fevereiro de 2025.
A proposta foi apresentada pela Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Minas Gerais a pedido do próprio governo. O texto apresenta como justificativa a necessidade de “corrigir os valores dos subsídios mencionados, que estão em vigor desde janeiro de 2007, utilizando-se como referência o subsídio estabelecido para o Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado, no caso do Governador, e aquele fixado para o Deputado Estadual, no caso dos Secretários de Estado.”
Na última sexta-feira (24), o governador usou suas redes sociais para defender o aumento. Segundo ele, a medida é necessária para que o estado continue atraindo e mantendo “os mais competentes” em seus quadros técnicos. Zema aproveitou a postagem para reafirmar que a autoria da proposta partiu do Executivo e por uma questão legal precisou ser apresentada pela Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
“São mais de 15 anos de congelamento dos salários dos Secretários Estaduais, situação incompatível com o cargo. Agradeço a ALMG que apresentou, a meu pedido, PL que resolve o problema”, escreveu o governador no Twitter.
Desde quando assumiu o governo, em 2019, o governador abriu mão de receber o salário, que é doado para instituições filantrópicas. O compromisso foi assumido ainda durante a campanha de 2018, quando Zema foi o candidato com maior patrimônio declarado na ocasião: R$ 69.752.863,96. Ele então registrou no 9º Ofício de Notas de Belo Horizonte a promessa de não receber salário.
Questionada pelo jornal Folha de São Paulo se a decisão de não receber salário será mantida por Zema caso o novo valor seja aprovado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais, a assessoria do governador não quis se pronunciar.