
Desde 1905, quando dom Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti, arcebispo do Rio de Janeiro, foi nomeado cardeal pelo papa Pio X, o Brasil teve 25 cardeais indicados pela Igreja Católica. Um deles nasceu em Juiz de Fora, estudou no Colégio do Carmo e ingressou no Seminário Santo Antônio aos 12 anos de idade.
Trata-se de dom Geraldo Majella Agnelo.
Nascido em outubro de 1933, dom Geraldo iniciou sua formação religiosa ainda na infância. Permaneceu dois anos no Seminário Santo Antônio em Juiz de Fora, até que sua família se mudou para São Paulo, onde ele deu continuidade aos estudos no seminário da Arquidiocese paulistana. Por lá, foi ordenado padre em 1957 e tornou-se bispo em 1978. Posteriormente, assumiu como arcebispo de Londrina (PR) e, mais tarde, de Salvador (BA).
Durante sua atuação no Paraná, ao lado da médica Zilda Arns (1934–2010), idealizou a Pastoral da Criança, projeto voltado à promoção da saúde e da cidadania infantil, que se expandiu por todo o Brasil e por diversos países da América Latina, além da Ásia e da África.
Em 1991, foi chamado ao Vaticano para colaborar com o papa João Paulo II, que o nomeou cardeal uma década depois. Participou dos conclaves que elegeram Bento XVI, em 2005, e Francisco, em 2013.
Entre 2003 e 2007, presidiu a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Em 2011, por motivo de idade, teve sua renúncia aceita pelo papa Bento XVI, tornando-se arcebispo emérito de Salvador. Por escolha pessoal, passou a viver em Londrina, onde faleceu em agosto de 2023, pouco antes de completar 90 anos.