A prefeita Margarida Salomão (PT) se reúne na tarde dessa quinta-feira (30) com representantes do funcionalismo público municipal para tentar destravar a negociação salarial que se arrasta desde o final de 2022. A participação direta da chefe do Executivo foi um pedido do Sinserpu-JF (Sindicato dos Servidores Públicos de Juiz de Fora) e do Fórum das Associações de Servidores Municipais.
A proposta da Prefeitura de Juiz de Fora de reajuste de 5,79%, referente à inflação do período, e aumento do vale alimentação de R$ 350 para R$ 400 para os servidores com salários de até R$2.650 foi rejeitada pela categoria. Os representantes dos trabalhadores querem aumento acima da inflação e auxílio alimentação de R$ 500 para todo o funcionalismo independentemente da faixa salarial.
O pedido para ter a prefeita na negociação salarial é a principal aposta do Sinserpu-JF e das associações para tentar viabilizar algum acordo. A mesma estratégia acabou se mostrando eficaz na campanha salarial dos professores em 2022. Com a intervenção de Margarida, a categoria conseguiu a histórica aplicação do índice do piso nacional do magistério em todos os níveis de todas as carreiras do magistério.
Depois de uma campanha salarial tranquila nos primeiros anos da atual gestão, a negociação salarial do funcionalismo público municipal deste ano elevou o tom em relação às cobranças ao governo. Na assembleia realizada nas escadarias da Câmara Municipal, no dia 10 de março, dirigentes sindicais e trabalhadores reclamaram do descaso com a categoria que tem data-base em 1º de janeiro.
Em manifesto distribuído na ocasião, o Sinserpu-JF alegou que estava “ficando evidente a cada momento que a metodologia será a mesma: ganhar tempo para ‘nos empurrar com a barriga’”. No mesmo documento, a categoria lembrou que, no ano passado, a administração municipal “pediu a compreensão dos servidores em aceitar apenas a reposição inflacionária” e afirmou que “fica claro” o tratamento desigual dado à pauta dos servidores da base do sindicato, que “não é prioridade”.
Magistério faz nova assembleia
Após a sinalização de concessão do reajuste de 15% do piso salarial dos professores da educação básica da rede pública, que em Juiz de Fora é aplicado em todos os níveis e em todas as carreiras do magistério, os profissionais da base do Sinpro-JF (Sindicato dos Professores de Juiz de Fora) fazem nova assembleia na tarde dessa quinta-feira (30). O movimento terá paralisação parcial das atividades.
A expectativa é de que seja apresentada a forma e o período de pagamento do índice. Como aconteceu no ano passado, a proposta de escalonamento não foi descartada. Naquela ocasião, o salário de abril de todo o funcionalismo foi revisado pela IPCA e, no caso do magistério, a diferença para se chegar ao percentual do reajuste do piso foi dividida em três parcelas pagas em setembro, outubro e novembro.
Além do reajuste deste ano, os trabalhadores do magistério também aguardam da Prefeitura de Juiz de Fora um posicionamento em relação aos valores ainda não pagos do reajuste do piso referentes aos primeiros meses do ano passado. Em uma publicação nas redes sociais, o coordenador geral do Sinpro-JF, Luiger Castro, lembrou que o montante desses retroativos soma hoje mais um salário.