Polytheama

Sim, Juiz de Fora tem teatro

Companhia Teatral Sala de Giz (Foto: Divulgação)

“Em resposta às declarações do secretário de Cultura e Turismo do Estado de Minas Gerais, Sr. Leônidas Oliveira, na reunião do dia 1º de julho de 2021 na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, nas quais questionou a existência de grupos de teatro no interior do estado, a Sala de Giz se posiciona com sua própria existência e afirmação do trabalho continuado nos últimos cinco anos. Juiz de Fora tem teatro”.

É com esta declaração retirada do perfil no Instagram (@saladegiz) da companhia juiz-forana Sala de Giz que abrimos a coluna Spot desta quarta-feira, dia 14 de julho. Durante reunião na Assembleia Estadual, o secretário de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, afirmou que atualmente não são pensados recursos estaduais para viabilizar montagens teatrais. “Não adianta lançar edital de teatro. Dos 853 municípios, simplesmente mais de 700 não têm grupo de teatro, não têm grupo de dança.”

Em entrevista para a coluna Spot, realizada na última sexta-feira (9), Bruno Quiossa, membro da Sala de Giz, companhia teatral juiz-forana com seus cinco anos de trabalhos ininterruptos, deu seu recado. “Garanto que em todo município do estado de Minas Gerais tem um grupo de teatro, seja amador, seja profissional. Então, convidar o senhor Leônidas a visitar o interior de Minas Gerais, sair um pouco de Belo Horizonte e vir a Juiz de Fora porque aqui tem muitos grupos de teatro. Só em Juiz de Fora devemos ter aí mais de 20 coletivos de teatro”.

Para provar que existe, sim, muita gente trabalhando pelo interior e, em especial, em Juiz de Fora, a Sala de Giz se lança em seu primeiro experimento cênico narrativo-virtual, com a performance dos artistas Felipe Moratori e Bruno Quiossa. “Histórias Irrecusáveis” é o mais novo trabalho do grupo, que teve orientação do ator, diretor e dramaturgo Giordano Castro, do Grupo Magiluth, de Pernambuco. A ponte Juiz de Fora – Recife foi realizada por conta do 2º Festival Sala de Giz de Teatro, que ocorreu em formato online no mês de abril, através da Lei Aldir Blanc do estado de Minas Gerais, quando o Magiluth lançou o trabalho intitulado “Tudo o que coube numa VHS”, que serviu de referência para a criação de “Histórias Irrecusáveis”.

“As ‘Histórias Irrecusáveis’ nascem de um desejo nosso de poder ocupar as redes com esse trabalho online e do encontro com o Giordano Castro”, explica Moratori. Após o festival produzido pela Sala de Giz, Bruno e Felipe procuraram o Magiluth por conta do trabalho realizado por eles em Pernambuco e também pelo formato online como o grupo produz. “A princípio a gente não queria entrar nessa onda [do formato online]. Quando veio a pandemia, conversamos, fizemos reuniões internas e decidimos que, quando pudéssemos voltar e pudéssemos fazer o que sabemos fazer, que é teatro presencial, voltaríamos. Mas a gente já promoveu o evento online, já entrou em contato com grupos que fizeram experimentações e agora estamos lançando uma. Temos entendido que, hoje, o fator mais caro para aproximar a nossa arte dessa tecnologia é entender o papel do ao vivo. Ou seja, o público entra em um combinado conosco de partilhar aquele momento ao vivo juntos. Isso é muito teatral”, completa Felipe.

As apresentações da nova criação da Sala de Giz serão realizadas nos dias 16, 17 e 18 de julho (de sexta a domingo, das 17h às 21h30) e tem como base a plataforma Whatssap, através da qual Bruno e Felipe guiarão o percurso, feito de forma individual. Cada pessoa irá assistir a uma história. Por isso, é importante adquirir os ingressos separadamente. “Todos os dias são hoje” é guiada por Quiossa e traz um misto de ficção e realidade a partir da relação de Bruno com seu falecido pai. Já “Eu vou ser velho um dia” é a história de quando a Morte passou a conversar com Felipe, após ler no jornal um anúncio feito por ele.


Duração de cada história: 30 minutos
Datas: 16, 17, e 18 de Julho (sexta, sábado e domingo)
Horários: Entre 17h e 21h30
Plataformas de execução: Whatsapp, Instagram, YouTube, Spotify ou Deezer e contato telefônico
Indicação etária: 16 anos
Os ingressos podem ser adquiridos através do Sympla, e o link está disponível no Instagram @saladegiz