Inflação, desemprego, fome e crises energética e hídrica deram o tom da edição deste ano do Grito dos Excluídos. Realizado pela primeira vez na praça do bairro Santa Luzia, o ato reuniu partidos políticos, entidades sindicais e de classe. Os manifestantes criticaram o que consideram como o danoso legado do presidente Jair Bolsonaro.
A concentração começou por volta das 10h, com os manifestantes permanecendo no local até pouco depois das 12h. A maioria usava máscara e álcool gel como medida de proteção contra a Covid-19. A pandemia foi tema inicial dos protestos, com gritos de “A nossa luta é todo dia, porque saúde não é mercadoria” e “Vacina, vacina, fora genocida”.
Os manifestantes lamentaram os 584 mil mortos no país vitimados pela Covid-19. A má gestão da pandemia, com o desdém em relação à doença no início, a aposta em medicamentos sem comprovação científica e a morosidade na aquisição de vacinas, foi apontada como o pior legado de Bolsonaro. A inoperância do governo quanto à retomada da economia e o aumento do desemprego também foram citados como parte da herança bolsonarista.
Com o microfone em mãos ou do chão aos gritos, os manifestantes criticaram ainda a alta do preço dos combustíveis. A data de 7 de Setembro, em vários discursos, acabou sendo usada como trocadilho de R$ 7, valor já cobrado pelo litro de gasolina em alguns postos. O alto custo dos alimentos também foi foco dos protestos, com denúncias sobre a volta da mazela da fome e o aumento da desigualdade.
Os participantes do Grito dos Excluídos também consideraram o atual momento como crítico para a democracia. Vários pronunciamentos alertavam para o fato de o presidente já ter rompido todos os limites constitucionais. Os ataques de Bolsonaro aos poderes Legislativo e Judiciário foram condenados.
Participaram do evento o deputado estadual Betão (PT), o presidente da Câmara Municipal, Juraci Scheffer (PT), as vereadoras Cida Oliveira (PT) e Tallia Sobral (PSOL), além das ex-candidatas à Prefeitura Lorene Figueiredo (PSOL) e Victória Mello (PSTU).