Holofote

Situação da obra do Hospital Regional de Juiz de Fora só será conhecida em abril de 2022

Romeu Zema anunciou, em Juiz de Fora, acordo com a Prefeitura para que as obras do hospital regional sejam retomadas (Foto: Gil Leonardi/Governo de Minas)

Suspenso desde o dia 10 de setembro pelo Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem (DER), o contrato da Lumens Engenharia, responsável pela elaboração de diagnóstico da situação da edificação do Hospital Regional de Juiz de Fora, foi retomado no último dia 14 de outubro. A novidade é que seu prazo de execução foi ampliado para 11 de abril de 2022.

A despeito de o próximo ano ser eleitoral, com o governador Romeu Zema (Novo) concorrendo à reeleição, as chances de acontecer a retomada das obras propriamente são bem baixas. Conceber que alguma coisa saia do papel entre abril e dezembro, mesmo período de pré-campanha e campanha, é como esperar algo de bom da política de preços da Petrobras.

Com o tal diagnóstico em mãos, o Governo de Minas poderá fazer o encontro entre as contas do município e do estado. Conforme a Prefeitura divulgou em julho, o município recebeu, entre 2009 e 2012, repasses estaduais para a construção do hospital regional por meio de convênios, que não tiveram suas prestações de contas aprovadas. A conta soma R$ 114 milhões.

O Governo de Minas precisa quantificar o valor do terreno e das obras no estágio atual como forma de compensar o montante investido até a paralisação total do empreendimento. Feito isso, a Câmara Municipal de Juiz de Fora e, posteriormente, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) precisam aprovar a negociação. Somente após esses trâmites será celebrado o termo de dação.

Por ora, apenas o recurso para a conclusão das obras parece assegurado. São R$ 167 milhões provenientes da indenização de R$ 37,7 bilhões que a Vale começou a pagar ao Governo de Minas pelo rompimento da barragem em Brumadinho, tragédia ocorrida em 2019 que matou 270 pessoas.

A prorrogação do imbróglio até 2022 vai manter o Hospital Regional de Juiz de Fora como vedete em mais em eleição. Gestado como Hospital da Zona Norte em meados da segunda administração Alberto Bejani (2005-2008), o equipamento de saúde dominou a campanha sucessória municipal de 2008. Eleito, Custódio Mattos iniciou as obras em 2010. Dois anos depois, elas foram paralisadas.

Retomadas em 2013, já com o prefeito Bruno Siqueira, foram paralisadas novamente em 2015 e definitivamente em 2017. Em todas as idas e vindas, como acontece hoje, as obras do hospital regional frequentam os programas de governos de candidatas e candidatos. Caso um dia sua estrutura seja concluída, aí serão necessárias mais algumas campanhas até se definir um modelo de gestão.