Alexandre Kalil, ex-prefeito de Belo Horizonte e ex-presidente do Atlético Mineiro, voltou ao estilo que lhe consagrou no futebol e na política. No programa de estreia do seu partido, o PSD, na TV aberta na noite dessa sexta-feira (15), ele partiu para o ataque contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao governador Romeu Zema (Novo), reforçando sua condição de pré-candidato ao governo de Minas.
“Gasolina a R$ 8. A inflação na lua. E um governo ‘capacho’ do Bolsonaro e da sua família. Aqui em Minas, não. Em Belo Horizonte, eu e meu partido, o PSD, fizemos tudo diferente do Zema e do Bolsonaro. Aqui gente vale mais do que número. Verdade vale mais do que mentira. E vacina vale mais do que cloroquina. Foi assim em BH e vai ser assim em Minas”, afirma Kalil no vídeo de 30 segundos.
Sua estratégia, sinalizada no final de março, quando deixou a Prefeitura de Belo Horizonte, é aproveitar a rejeição de Bolsonaro no estado e tentar colocar Zema no mesmo pacote. Ao mesmo tempo, trabalha uma aproximação com o ex-presidente Lula (PT), para tentar levar seu nome para além da região metropolitana de Belo Horizonte. A seu favor, há a ausência de candidatura própria petista ao governo de Minas.
Por outro lado, o PT não abre mão da candidatura do deputado federal Reginaldo Lopes (PT) ao Senado. O PSD, por sua vez, quer lançar o recém-empossado senador Alexandre Silveira – que assumiu após a ida de Antônio Anastasia para o TCU (Tribunal de Contas da União) – e ainda patina nas pesquisas. Nesse cenário, a aposta mais recente é de um apoio informal de Lula a Kalil e vice-versa.
Isso seria possível por conta do estilo espontâneo de Kalil. O próprio ataque a Bolsonaro e Zema internamente no PSD é tratado como “coisa do Kalil”. Nos 30 segundos restantes da propagada do partido na noite dessa sexta-feira (15), Alexandre Silveira se apresentou como senador e evitou referências a outros possíveis candidatos. No mês passado, ele apareceu em vídeo ao lado do presidente Bolsonaro após aprovação de uma matéria no Congresso.
Entrando na corrida sucessória bem recentemente, o senador Carlos Viana (PL), que se colocou abertamente como o candidato de Bolsonaro ao governo de Minas, pode se beneficiar com o embate entre Kalil e Zema. Sua proposta é arrebanhar os bolsonaristas raiz e ainda levar uma turma de centro descontente com o governador e que não votariam num candidato com apoiado pelo PT.