Holofote

Professora Lorene será candidata ao Governo de Minas. E pode ser a única da esquerda

Lorene quer levar as pautas de esquerda para o debate sucessório mineiro (Foto: PSOL-JF)

O cenário para a disputa ao Governo de Minas Gerais é marcado por indefinição e congestionamento de nomes em busca de alianças e federações mais ao centro do espectro ideológico. Na contramão desse movimento, o PSOL apresentou a candidatura da professora Lorene Figueiredo, que será oficializada em julho.

Lorene é presidente do diretório municipal do PSOL e foi candidata à Prefeitura de Juiz de Fora em 2020. Formada em história, possui especialização nas áreas de Educação e Políticas Públicas. Trabalha como professora desde 1985 e, atualmente, leciona na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

A proposta do partido é apresentar uma alternativa genuinamente de esquerda como forma de “qualificar o debate eleitoral” construindo um projeto “que abrace as lutas do povo trabalhador que sofre com o empobrecimento, a alta dos preços dos alimentos e de itens de necessidades básicas como transporte e energia elétrica”.

Ainda no contexto das pautas tão caras à esquerda, o PSOL quer trazer para o debate a ocupação da política por mulheres, negros, LGBTs e juventudes. Em suas redes sociais, Lorene resumiu sua motivação: “A esquerda deve apresentar uma opção para Minas! E a gente vai fundo nesse projeto que é nosso, e temos a certeza que é seu também!”

Ela também colocou entre as prioridades da sua futura candidatura “derrotar (o presidente) Jair Bolsonaro (PL), (o governador) Romeu Zema (Novo) e todos os inimigos do povo.” Os dois governantes serão candidatos à reeleição pelo campo da direita. No caso específico mineiro, esse mesmo campo ideológico ainda terá a candidatura do senador Carlos Viana (PL).

Em relação ao ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), que também teve seu nome colocado na sucessão mineira, Lorene foi sucinta durante uma breve conversa com O Pharol: “Não dá pra estacionar a discussão no Kalil, né?” Kalil, que foi presidente do Atlético Mineiro, negocia uma aliança com o PT, que formará uma federação com PV e PCdoB.

Além de Lorene, Zema, Viana e Kalil, a disputa pelo Governo de Minas ainda teria o ex-deputado federal Miguel Corrêa (PDT) e poderá ter o também ex-deputado federal Marcus Pestana (PSDB).  No caso do pedetista, uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na última semana, confirmou sua inelegibilidade, por oito anos, em ação referente à sua candidatura ao Senado em 2018.

O Plenário da Corte entendeu que ele e a empresária Lídia Correa Alves Martins praticaram abuso do poder econômico e captação ilícita de recursos para a criação de aplicativo de internet e a contratação de influenciadores digitais em benefício da campanha. Esses serviços custaram R$ 257 mil e não foram declarados nas contas de campanha.

No caso de Marcus Pestana, seu nome apareceu com uma possibilidade durante entrevista do deputado federal e ex-governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), à Rádio Itatiaia de Belo Horizonte. A estratégia dos tucanos é construir um palanque forte no estado como forma de apoio a uma eventual candidatura presidencial do ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB).