Conjuntura

Lorene critica ‘política de destruição’ de Zema, Kalil e Viana

Lorene Figueiredo é pré-candidata ao governo de Minas Gerais pelo PSOL (Foto: Divulgação)

Pré-candidata do PSOL ao governo de Minas Gerais, Lorene Figueiredo fez duras críticas ao governador Romeu Zema (Novo) e ao ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD), com os quais deve concorrer nas eleições de outubro. Ela também se colocou contra a concessão de parques públicos à iniciativa privada, caso do Parque Estadual de Ibitipoca.

A professora da Universidade Federal de Juiz de Fora, que nas eleições de 2020 disputou o Executivo municipal, foi sabatinada pelos jornalistas da Folha e do Portal UOL, na última segunda-feira (9), abrindo a semana de entrevistas com os nomes que disputarão o Governo de Minas Gerais em 2022.

Lorene colocou sua candidatura como uma forma de ocupar a política para democratizá-la como uma alternativa aos nomes já colocados. “Já temos três candidatos que vão expressar essa linha da extrema-direita, da negação de direitos, da naturalização de uma política de destruição, as candidaturas de PSD, do PL e do Novo.” O senador Carlos Viana se colocou como pré-candidato do PL ao governo do estado.

Especificamente sobre o governador Romeu Zema, a pré-candidata do PSOL disse ainda não ver algo positivo em sua gestão. “Acho que existe um engodo muito bem construído. Zema é o governador que no pior período da pandemia não só não aplicou os recursos devidos, como cortou investimentos na saúde e na educação.”

Ela também criticou o que chamou de uma “bem-sucedida disputa ideológica no sentido de colocar que tudo que é privado é melhor”. Nesse sentido, o governador “fala pouco, aparece pouco e quando aparece faz o discurso do empresário que sabe ser gestor, com essa naturalização dos baixos investimentos, do empobrecimento geral por conta da crise, isso meio que vai deixando as pessoas sem expectativas”.

Ao tratar da questão da mineração no estado, Lorene relembrou as tragédias de Mariana, em 2015, e de Brumadinho, em 2019, envolvendo deslizamentos de barragens e defendeu a regulamentação do setor. “Vamos regular fortemente o setor da mineração, rever as isenções e usar esses recursos para fazer uma recomposição da economia de Minas Gerais, principalmente superar a desgraceira que eles produziram aqui ao longo dos anos.”

Sobre o projeto minerário que pretende extrair 31 milhões de toneladas de minério de ferro ao longo de 13 anos em uma área de 102 hectares na Serra do Curral, Lorene condenou a proposta, que tem o aval do governo do estado.

A professora lamentou a privatização da gestão de escolas no estado e considerou a discussão como forma de “tergiversar daquilo que é essencial na discussão”. Sua proposta para a área passa por melhoria da estrutura das escolas e aperfeiçoamento da formação dos trabalhadores da educação.

“(Queremos) uma discussão pedagógica que seja, de fato, emancipadora, queremos formar de forma humanista, plena, os estudantes, nossos jovens, e isso implica numa formação clássica, científica e cultural e não da forma como está colocada”.

Sobre o transporte público coletivo, ela defendeu a implantação da tarifa zero e se disse contrária à concessão de parques públicos à iniciativa privada e à privatização de presídios. Por sua vez, foi favorável ao uso de câmeras em uniformes de policiais.

Em relação a Kalil, que protagoniza uma conturbada aproximação com o PT no estado,  Lorene associou seu partido, o PSD, às pautas de Bolsonaro no Congresso Nacional. “O Kalil está surfando numa onda de não ter sido bobo, de não ter negado a ciência, de ter usado a vacina, de usar o aporte da pandemia para fazer o básico. Agora, o PSD votou com Bolsonaro em 90% das pautas.”

Sobre a proximidade com o PSD em Minas Gerais, ela fez um alerta e lembrou das alianças do PT no passado. “Acho que a lógica do apoio de Lula a Kalil e do PT ao PSD está dentro da lógica da frente ampla, quem quiser vem comigo, acho que isso tem um preço. Lá atrás o pessoal foi apertar a mão de Paulo Maluf, do PP. O PP é o berço de Bolsonaro.”

No cenário nacional, Lorene defendeu o voto no ex-presidente Lula (PT), seguindo o apoio do PSOL, mas fez ressalvas ao ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB), que será vice na chapa.

“Apesar de Alckmin, entendemos que temos uma tarefa mais urgente, que é derrotar Bolsonaro e vamos juntos sem nenhuma preocupação, sem nenhum medo de ser feliz na hora da eleição. No dia seguinte, vamos começar a separar o joio do trigo, mantendo apoio para manter os direitos de quem trabalha com o suor do rosto de fazer a crítica onde ela for devida”.