Conjuntura

Marcus Pestana defende legado tucano e critica ‘faltas’ de Zema e ‘excessos’ de Kalil

Pestana entra na disputa para criar alternativa e defender legado tucano no estado (Foto: Câmara dos Deputados)

Falando como pré-candidato do PSDB ao governo de Minas Gerais, o ex-deputado Marcus Pestana defendeu a gestão tucana de dezesseis anos no estado e colocou a manutenção desse legado como um dos motivos de voltar às disputas eleitorais. No mesmo fôlego, considerou o deputado federal Aécio Neves (PSDB) como o melhor governador das últimas décadas.

Sobre seus principais adversários na sucessão mineira – o governador Romeu Zema (Novo) e o ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD) -, Pestana os sintetizou na dicotomia “falta” e “sobra”. Segundo ele, enquanto Zema peca pela falta, até mesmo a falta propriamente dita ao debate, Kalil sobra “na exuberância retórica agressiva”.

As declarações do ex-deputado juiz-forano foram dadas na última quinta-feira (12) durante sabatina promovida pelo Portal UOL. Ao ser questionado sobre a situação do estado, ele afirmou que “Minas está parada há oito anos” e criticou o modo blasé do governador de fazer gestão. “Temos um governo que não acredita na ação política como ferramenta de mudança. Zema é gente boa, mas não é do ramo”.

Com o mesmo mote, mas numa alfinetada em Kalil, que antes de ingressar na vida pública foi presidente do Atlético Mineiro, Pestana disse que política é vocação. “Tem gente que tem vocação para ser dirigente de time de futebol. Eu tenho 36 nos de atuação política e gestão pública. É minha vocação”. Ainda sobre sua vida pública, criticou seus concorrentes pela falta de vivência política. “Não sei onde meus adversários estavam na luta pela democracia.”

Questionado sobre a sucessão nacional, o ex-deputado declarou apoio a qualquer nome que represente a terceira via. Ele criticou o atraso na definição da candidatura única do grupo de partidos dessa corrente, mas ainda considera possível avançar. “Nós já estamos atrasados, esse nome tem que sair ainda em maio. O candidato da terceira via pode estar com 4%, respeitando Lula, Bolsonaro e Ciro Gomes, eu vou estar com o candidato da terceira via.”

Mesmo tendo apoiado o ex-governador do Rio Grande do Sul nas prévias do PSDB para a escolha do pré-candidato à Presidência, Pestana revelou não haver nenhum constrangimento em subir no palanque de João Doria, caso ele seja escolhido para representar a terceira via nas eleições. ​O mesmo posicionamento, segundo ele, deve ser o de Aécio Neves.

Apesar das críticas à polarização e as gestões do PT e do atual governo, Pestana disse não ser possível comparar Lula e Bolsonaro. Segundo ele, o atual presidente tem um viés autoritário, enquanto o ex-presidente é um democrata. Em relação a um possível apoio a Lula em eventual segundo turno, ele preferiu não se posicionar. “Segundo turno se discute no segundo turno”.

Pestana também afirmou ter receio da retórica e dos ataques feitos por Bolsonaro e seus apoiadores à urna eletrônica e ao processo eleitoral. “A urna eletrônica é confiável. Tanto que elegeu um presidente centrista, como Fernando Henrique Cardoso, dois presidentes de esquerda, Lula e Dilma, e elegeu um presidente de direita (Bolsonaro). Essa é a prova mais cabal da segurança do sistema da urna eletrônica.”