Conjuntura

Censo 2022: 187 mil residências de Juiz de Fora receberão visita de 400 recenseadores

A expectativa é de que mais de 187 mil residências em Juiz de Fora sejam visitadas entre os dias 1º de agosto a 31 de outubro (Foto: IBGE)

Primeira pessoa da cidade a responder o Censo 2022, a prefeita Margarida Salomão (PT) abriu alas para o levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que acontece após dois anos de atraso em função da pandemia e dos cortes orçamentários. A expectativa é de que mais de 187 mil residências sejam visitadas entre os dias 1º de agosto a 31 de outubro, em Juiz de Fora.

A pesquisa, que revela como vivem os brasileiros, é um meio de mensurar os impactos e mudanças sociais dos últimos anos, principalmente, após o período em que a Covid-19 assolou o país.  A coleta de dados em domicílio revelará os novos desafios das gestões governamentais e estabelecerá as novas metas a serem batidas em busca do desenvolvimento social. Os resultados possuem uma ampla utilização e ajudam na construção de políticas públicas mais eficazes.

Na cidade, vão atuar 400 recenseadores do IBGE. Eles serão responsáveis pela realização do levantamento que contará com dois tipos de questionários: o básico com 26 questões, que será aplicado em 95% dos lares da cidade, e a amostra mais detalhada, com 77 questões, que será aplicada em apenas 5% dos domicílios.

O Censo começou a ser realizado em 1872 e, desde então, vem sendo fonte de referência sobre a condição da população, com exceção dos anos de 1910 e 1930 quando foi interrompido. Na década de 1990, durante o mandato de Fernando Collor, a ferramenta de pesquisa foi adiada para o ano seguinte. Porém, aspira-se que o Censo seja feito a cada 10 anos, tendo em vista que é o que foi estabelecido pela Lei 8.184/91, que reconhece a importância da pesquisa para o país. No entanto, a pandemia de Covid-19 e os cortes orçamentários do governo Jair Bolsonaro (PL) fizeram com que esse hiato fosse maior, dado que o último levantamento foi feito em 2010.

No caso de Juiz de Fora, segundo Margarida Salomão, “a defasagem de dados sociais fez com que a gestão de políticas públicas nos últimos anos fosse administrada através de projeções e estimativas, inclusive, no que diz respeito ao plano de vacinação”. Durante a pandemia, a vacinação se mostrou a política de saúde pública mais eficaz.

No entanto, além da imunização contra doenças é necessário um mapeamento aprofundado para conhecer os grupos mais vulneráveis a riscos e a elaboração de projetos que atenuem essas condições. Por isso, o acompanhamento sobre o perfil populacional se mostra um pilar tão importante para a saúde coletiva e individual. 

A questão sobre moradia também foi abordada pela prefeita, ao ser confrontada sobre a opacidade de informações sobre populações em áreas de risco na cidade. Margarida enfatizou, então, o papel que o Censo 2022 em trazer uma base de dados mais concisa na elaboração de políticas de moradia e saúde. 

A coordenadora do IBGE na cidade, Ana Cândida Gontijo de Paula, destacou o caráter único do Censo. Diferente de outras pesquisas amostrais e estimativas, o levantamento demográfico faz uma cobertura integral da população do país, em aspectos minuciosos. Desse modo, um retrato fiel da realidade é ilustrado a partir de dados que traçam o perfil tanto das residências quanto de seus moradores.

São levantadas questões como identificação étnico-racial, renda, núcleo familiar, fecundidade, religião ou culto, deficiência, migração interna ou internacional, educação, deslocamento para estudo, trabalho, deslocamento para trabalho, mortalidade, autismo, fornecimento de energia elétrica, saneamento básico, entre outros.

Os dados coletados são cruzados e usados na condução dos rumos das políticas públicas. Sob uma perspectiva socioeconômica, o reconhecimento das demandas municipais propicia à União uma melhor alocação dos recursos destinados ao FPM e FPE (Fundo de Participação dos Municípios e dos Estados).

Por ter um panorama da situação social, o Censo auxilia em estratégias de combate à pobreza ao esboçar indicativos para demandas socioassistenciais. De modo similar, a identificação das características das populações em vulnerabilidade social faz com que sejam construídos projetos que garantam os elementos básicos para o exercício pleno da cidadania.

As estatísticas levantadas pelo IBGE apontam também observações quanto às mudanças no mercado de trabalho. A taxa de desemprego, o tipo sazonal, cíclico, friccional e estrutural, a formação dos profissionais, a pirâmide etária dos profissionais ativos e inativos, são alguns dos dados pertinentes para o investimento dos setores públicos e privados, principalmente no que concerne à geração de emprego e renda.

Como identificar o entrevistador da equipe do Censo

O coordenador censitário de subárea em Juiz de Fora, Júlio César Gomes Graça, esclarece quais procedimentos a população pode executar para verificar a comprovação de autenticidade do servidor da instituição. Os profissionais estarão uniformizados com colete e crachá de identificação com foto e QR Code, esse código garante maior segurança e fácil acesso à identidade do entrevistador. É possível também checar por meio do site ou através do número 0800 721 8181.

* Estagiária sob supervisão de um jornalista profissional.