A gestão do PAI (Pronto Atendimento Infantil) de Juiz de Fora deve ser entregue pela Prefeitura de Juiz de Fora para o HMTJ (Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus). Os entendimentos foram iniciados após a consulta prévia para terceirizar a unidade realizada pela Secretaria de Saúde não ter apresentado outros interessados. Com a mudança, o PAI vai deixar a Avenida dos Andradas, no Centro, e se mudar para a sede do HMTJ, no bairro São Mateus.
O novo modelo de gestão, ainda em fase de desenvolvimento, prevê a permanência dos servidores técnicos do município (médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem), ficando a recepção e os demais serviços a cargo do HMTJ. Os trabalhadores públicos, no entanto, querem entender melhor o processo, uma vez que estarão exercendo suas atividades em uma estrutura particular.
A Secretaria de Saúde ainda não se prenunciou sobre a mudança. O Pharol encaminhou questionamentos sobre o processo para a Secretaria de Comunicação Pública no dia 27 de julho, mas não obteve resposta. O Sinserpu (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais) e a Comissão de Saúde da Câmara Municipal foram informados da mudança pelos servidores.
Tanto o Sinserpu quanto à Comissão de Saúde já solicitaram esclarecimentos da Secretária de Saúde, que agendou reuniões com os dois órgãos para essa semana e o início da próxima. O vereador Bejani Júnior (Podemos), que preside a Comissão de Saúde, lamentou o fato de os vereadores não terem sido avisados. “Algumas mães nos procuraram para reclamar que a distância para levar os filhos ao médico vai aumentar e não estávamos sabendo de nada.”
O vereador lembrou ainda que, recentemente, por meio de uma parceria com o deputado federal Júlio Delgado (PV), conseguiu destinar uma emenda de R$ 200 mil para o PAI. “Talvez se tivessem conversado com a gente, poderíamos ajudar de outras formas também.”
No caso dos servidores do município que atendem na unidade, o maior receio é com relação à possibilidade de perda de benefícios. A Prefeitura de Juiz de Fora paga adicional de penosidade, por exemplo, que não é contemplado pela ampla maioria dos hospitais da rede privada. A forma de contrato com o HMTJ também é questionado pelos profissionais, que ainda não entendem como será a gestão com duas folhas de pagamentos: uma pública e outra privada.