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Mapa do vinho mineiro: diversidade de terroirs garante diversos estilos da bebida

Na vinícola Luiz Porto, em Cordislândia, a bebida é envelhecida em barricas de carvalho (Foto: Luiz Porto/Divulgação)

As fronteiras do vinho fino nacional são outras se comparadas há 40 anos, quando a produção comercial da bebida se concentrava exclusivamente na Serra Gaúcha. Houve um “boom” na produção de vinhos finos de qualidade por todo o país nas duas últimas décadas. Com isso, o mapa vitivinícola brasileiro sofreu uma expansão e ganhou uma enorme diversidade de terroirs. Minas Gerais não ficou de fora.

Atualmente, o estado do pão de queijo tira onda, esbanjando vinhedos de uvas viníferas em três macrorregiões de acordo com o tipo de viticultura predominante: Tradicional (a videira é podada uma vez ao ano e a colheita é no verão); Tropical (duas podas e duas colheitas) e Inverno (inverte-se o período da colheita para o inverno, quando não chove).

O Brasil é o único país do mundo que tem três sistemas de viticultura diferentes. Minas tem produção de vinhos finos no Sul (Cordislândia), na Serra da Canastra (São João Batista do Glória) e no Vale do Jequitinhonha (Diamantina). Em todas essas regiões, impera o vinho de inverno.

Por questões climáticas, no caso das uvas europeias, muito sensíveis às chuvas, esse sistema sempre foi difícil de ser implantado em boa parte do país — chove demais na época da colheita. Um sistema de dupla poda desenvolvido pela Epamig tornou possível colher a uva no meio do ano em regiões onde o inverno é seco, faz calor de dia e frio à noite como em Minas Gerais.

Falar de Minas é falar de um país inteiro. O grande destaque por ali são as regiões vinícolas da Serra da Mantiqueira. De todos os vinhos mineiros, os resultados na taça são bem diferentes. Se em lugares de altitude como Caldas, é ideal para espumantes, São Gonçalo de Sapucaí, com clima mais ameno e solos pesados, tem vocação para vinhos tintos premium. Já Passos de Minas, onde os solos são pesados e o clima, mais quente, é ótimo para tintos encorpados, como cabernet sauvignon. E segue o baile… De taça em punho, sempre!

A diversidade de produção do vinho em Minas

Tradicional
Clima temperado e subtropical úmido. Acontece desde o fim do século 19. A videira é podada uma vez ao ano e a colheita é no verão. No Sudeste, é usada principalmente para vinhos de mesa.

Tropical
Clima tropical semiárido. Teve início nos anos 1980. Aqui há duas podas e duas colheitas. Toda produção é irrigada, pois não há chuva suficiente.

De inverno
A técnica da dupla poda, desenvolvida por pesquisadores da Epamig no início dos anos 2000, permite inverter o período da colheita para o inverno, quando não chove. Está onde o clima varia entre o subtropical e o tropical de altitude. Vinhedos localizados entre 600m e 1.200 m de altitude.