A polarização política envolvendo os apoiadores do atual presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-presidente Lula (PT), que mantém os ânimos acirrados país afora, parece não ter contagiado a maioria dos vereadores da Câmara de Juiz de Fora. Apenas sete dos 19 integrantes da Casa usaram suas redes sociais para defender uma das duas candidaturas.
A maioria daqueles que se posicionaram defende a candidatura de Lula: Cida Oliveira (PT), Juraci Scheffer (PT), Laiz Perrut (PT) e Tallia Sobral (PSOL). Do outro lado, com apoio a Bolsonaro, estão André Luiz (Republicanos), Nilton Militão (PSD) e o Sargento Mello Casal (PTB). Os demais não haviam registrado nenhum posicionamento público em suas redes sociais até a última quarta-feira (26).
As três vereadoras e o vereador favoráveis ao ex-presidente são filiados ao PT e ao PSOL, partidos que compõem a chamada frente de esquerda desde o primeiro turno. Além de manifestação nas redes sociais, os quatros estiveram presentes nos eventos de campanha de Lula em Juiz de Fora.
No primeiro turno, Juraci Scheffer e Tallia Sobral foram candidatos por seus partidos, respectivamente para deputado federal e estadual. Nenhum deles foi eleito. Atual presidente da Câmara Municipal, Juraci Scheffer obteve 16.315, sendo 12.064 em Juiz de Fora. Tallia Sobral conquistou 10.137 votos no total. Entre os juiz-foranos, ficou com 5,265 voto.
Entre os apoiadores de Bolsonaro, dois são evangélicos – André Luiz e Nilton Militão – e um é policial militar da reserva – Sargento Mello -, que no primeiro turno se candidatou a deputado federal e conquistou 17.162 votos, sendo 13.598 em Juiz de Fora. Ele não foi eleito.
Republicanos, de André Luiz, e o PTB, do Sargento Mello, estão formalmente na aliança com Bolsonaro. O PSD, de Nilton Militão, apoia Lula em Minas Gerais.
Entre os vereadores que não declaram apoio a nenhum candidato, a maioria está em partidos que estão com Lula no segundo turno. São os casos de Cido Reis (Rede), Kátia Franco (Rede), Tiago Bonecão (Cidadania), Vagner Oliveira (PSB) e Zé Márcio (PV). Três vereadores são de partidos da aliança de Bolsonaro: João Wagner (PSC), Julinho Rossignolli (PP) e Marlon Siqueira (PP).
Bejani Júnior (Podemos), Antônio Aguiar (União), Maurício Delgado (União) e Pardal (União) são de partidos que liberaram seus filiados para votar de acordo com suas convicções.
A aparente neutralidade estampada nas redes sociais, segundo analistas políticos ouvidos por O Pharol, revela um posicionamento meticuloso e estratégico. Se posicionar, neste momento, com tudo o que eles têm a perder ou ganhar, não tem parecido o suficiente para comprar essa briga. A apostas desses vereadores é de que, na eleição municipal, os problemas locais devem se sobrepor à questão ideológica.
* Estagiária sob orientação de um jornalista profissional.