Polytheama

2ª edição da Feira de Fotografia acontece neste sábado (12)

Vista da área central de Juiz de Fora a partir do ponte do Manoel Honório pelas lentes de Humberto Nicoline, que também participa da feira (Foto: Humberto Nicoline)

A fotografia é um objeto de arte! Com essa reivindicação que busca movimentar o mercado das artes em Juiz de Fora, acontece neste sábado, dia 12, a 2ª edição da Feira de Fotografia. O evento ocorre das 14h às 20h, com entrada franca, no Espaço Manufato (Rua Fonseca Hermes 36/301 – Centro).

O evento reúne uma exposição fotográfica com estilos, processos fotográficos e tamanhos diversos (de câmeras analógicas e digitais), feitos por dez fotógrafos locais, ao mesmo tempo que busca estimular a venda de fotografias como produtos artísticos. A ausência de um comércio de fotografia ativo e consolidado na região fez com que surgisse o interesse de realizar uma feira – que já era uma velha vontade do curador Sérgio Neumann, que virou realidade junto à companhia da curadora Eridan Leão e do artista Renato Abud.

A ideia de aproximar os fotógrafos dos compradores também não foi em vão, o canal direto entre artistas e consumidores permite tanto uma negociação entre preços, quanto uma troca de olhares. Mais do que um clique, essa é a intenção dos fotógrafos que estarão com suas obras em exibição no evento como Fernanda Mansur, Christian Weitzel, Dirceu Silva, Humberto Nicoline, Isa Arcuri, Jober Costa, Malu Machado, Paula Duarte, Sérgio Neumann e Tetê Lima.

A curadora e gestora de processos de fotografia, Eridan Leão, ressalta a potencialidade do mercado cultural em Juiz de Fora, como fruto de uma “vocação cultural de longa data”. “A cidade é berço de muitos artistas de reconhecimento nacional e internacional”, explica.

Indo na direção dessa variedade de artistas, a feira aparece como uma oportunidade para diversificar também o ramo das exposições, dando lugar à exibição fotográfica e criando a oportunidade para conhecer novos fotógrafos. Com uma carreira de longa data, Eridan revela que a fotografia só passou a ser valorizada na cidade com o incentivo da Funalfa e com a realização de festivais. 

“Mais objetivamente, em 2011, a foto conquistou uma plateia, existiam várias exposições, como na CCBM (Centro Cultural Bernardo Mascarenhas). Atualmente o mercado das artes anda muito parado, a intenção é movimentá-lo”, revela a curadora. Já neste ano, em 10 de outubro, ela realizou a primeira edição da Feira de Fotografia, e o objetivo é continuar juntando pessoas que se interessam em discutir fotografia como objeto de arte.

Os smartphones estão dificultando a valorização da fotografia profissional?

O desafio de a fotografia ser reconhecida como um objeto de arte e, portanto, comercializável, não vem de hoje. Não cabe, então, a tecnologia o papel de vilã dessa história. Até antes dos anos 70, a fotografia era considerada “coisa que todo mundo podia fazer”.

A desmistificação da crença que era só apertar um botão veio quando as galerias começaram a fazer exposições de obras fotográficas, as reconhecendo como arte tangível de apresentações em seus espaços.

Para Eridan, essa polêmica atualmente não existe. Longe de serem lados opostos, o celular veio oferecer um novo instrumento para quem gosta de fazer registros e auxiliar na captura de momentos. Com a perspicácia de quem já é familiarizada com a área, ela conta que já viu exposições fotográficas feitas só pela lente da câmera de celulares.

* Estagiária sob supervisão de um jornalista profissional.