Conjuntura

É falso que idosa de Juiz de Fora morreu detida em ginásio da Polícia Federal em Brasília

A morte de uma idosa com o nome de Nilma Marson, que supostamente seria de Juiz de Fora e estaria detida na Academia Nacional de Polícia, para onde foram levados os bolsonaristas presos após invasão e depredação de prédios públicos em Brasília, é falsa. A notícia da morte foi desmentida pela Polícia Federal (PF) e pela agência de checagem boatos.org.

A desinformação viralizou na internet na noite de terça-feira (10) e, na manhã dessa quarta-feira (11), possuía milhares de compartilhamentos. O texto indicava que uma idosa com o nome Nilma Marson morreu no “campo de concentração” da Polícia Federal em Brasília.

A mensagem com a foto da idosa circulou com a mensagem de que ela “frequentava o QG (Quartel General) de Juiz de Fora”. A agência boatos.org revelou, no entanto, que havia outras versões do mesmo falso comunicado com referência a mesma senhora mas no QG de outras cidades, como Arapongas, no Paraná.

A agência de checagem considerou a mensagem com desinformação como gravíssima por imputar um crime à Polícia Federal e questionar de forma equivocada e sem fundamento as prisões pelos atos de vandalismo no Congresso, no Supremo Tribunal Federal e no Palácio do Planalto.

Na segunda-feira (9), após a desmontagem dos acampamentos bolsonaristas em Brasília, outra fake news envolvendo a morte de uma idosa presa nos atos de domingo em Brasília circulou nas redes sociais. Também na ocasião, a Polícia Federal desmentiu o episódio.

Antes, porém, a desinformação chegou a ser compartilhada por pelo menos quatro deputados federais bolsonaristas: Bia Kicis (PL), Sóstenes Cavalcante (PL), Osmar Terra (MDB-RS) e André Fernandes (PL). Mais tarde, eles fizeram novas publicações com pedidos de desculpas e confirmaram que a suposta morte da idosa não aconteceu.

Como no caso da desinformação envolvendo a suposta idosa de Juiz de Fora, a publicação falsa trazia a imagem de uma senhora. Após a divulgação, no entanto, o fotógrafo Edu Carvalho informou que se tratava de imagem feita por ele em 2018 e denunciou o uso indevido de seu trabalho.

Ele esclareceu que a data de falecimento da idosa da foto, que é avó de sua esposa, é 10 de outubro de 2022. Deolinda Tempesta Ferracini morreu aos 80 anos após passar alguns dias internada na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) da Santa Casa de Vinhedo.