Nunca pôde. A OMS só mudou o status do mundo de “presta atenção que tem coisa errada” para “segue tendo coisa errada, mas você pode relaxar um pouco”. Significa, com a suspensão da emergência sanitária por causa da Covid-19, que há mais segurança no mundo quanto a este, e somente este, problema.
Os cartões de vacinação devem ser mantidos vacinados e honestos, mesmo que até o Google faça campanha a favor das fake news, que é outra forma de dizer que estava contra um Projeto de Lei muito mais suave do que o de países em que ele e outras plataformas digitais que lidam com informação (qual não?) estão inseridos e trabalhando.
O Brasil perdeu uma grande chance de se manter como referência de vacinação para o mundo e ainda ensinar a usar máscara. Bastava ao então presidente, Jair Bolsonaro, mostrar o cartão de vacinação devidamente vacinado e dizer: vacinem-se. Enfiou o cartão no bolso por cem anos e, pior, impropriamente vacinado, ao que parece para a Polícia Federal.
As máscaras chegariam com força, mas deve ter faltado o patrocínio apropriado a este governo mais interessado nos ganhos que nas perdas por Covid. Foi-se o momento de dizer: usem máscara. E quem melhor para ensinar do que o presidente da República? Ou o ministro da Saúde? Imagens repetidas à exaustão mostraram, depois de meses do que seria um bom começo, que tinha mais elástico no apetrecho do que destreza nos usuários.
Passou o momento de dizer: usem máscara para combater a Covid, sigam usando-a em caso de qualquer sintoma de doença respiratória. Quem sai de máscara hoje é visto como E.T., mesmo que o faça porque está em dúvida se o nariz grita rinite, gripe ou Covid. É, passou. E o tempo não volta. Mas…
…e se tudo indica que tudo foi mentira? Se os jornais mentiram, a ciência mentiu, as estatísticas mentiram e somente os grupos de WhatsApp, os pronunciamentos oficiais da Presidência e o próprio PR (Mito!) foram arautos da verdade?
A PF bateu na porta e encontrou um cartão de vacinação idôneo no condomínio da Barra da Tijuca. Mesmo lugar para onde foi feita uma ligação relacionada à morte de Marielle Franco e realmente não se sabia de nada por lá. E os dados espalhados ao longo dos últimos anos do governos Bolsonaro sobre saúde, crescimento do emprego, aprimoramento da educação (sobretudo com Ead) e parcerias no comércio internacional são todos fundamentados.
Foi um governo sem traumas, sem conflitos, sem indígenas mortos, sem Amazônia queimada, sem ofensas a jornalistas que, carentes de mais emoção, criaram uma narrativa toda pautada no que deveria ser um governo destruidor para o Brasil. Viveu-se um Show de Truman, com a construção de um mundo em que os anúncios contra o Bolsonaro eram arquitetados por um grande produtor, a imprensa golpista, que queria demovê-lo de lá.
Lá ficou ele, bravo e resistente, seguro de que lidava somente com a verdade. Esse cartão de vacinação deve mostrar isso quando devidamente investigado. Inacreditável que tanta gente envolvida numa manipulação nacional de dados deixasse isso acontecer sem questionar. O Brasil não é dado a essas tramoias e num dia desses vai acordar feliz, sabendo que foi tudo um grande e elaborado programa de televisão, mais que programas de desgoverno, extermínio e sucateamento dos valores do Brasil.
É, passou. E o tempo não volta. Com a televisão desligada, alguns podem apagar os problemas do país. Difícil é explicar isso a quem enterrou vítimas da Covid.
