Publicidade
Conjuntura

Consulta pública sobre Hospital Regional de Juiz de Fora consegue quatro contribuições

Parte das obras do hospital regional deverá ser refeita (Foto: Reprodução/DER-MG)

A consulta pública lançada pelo Governo de Minas Gerais sobre a recuperação estrutural da obra do Hospital Regional de Juiz de Fora reuniu três contribuições da iniciativa privada e uma de entidade sindical. O procedimento foi encerrado no último dia 30 de junho. A medida foi necessária após a licitação lançada no início do ano para contratação de empresa para elaboração de projetos executivos que possibilitarão a retomada da obra não registrar interessados.

As propostas de melhorias e alterações nos procedimentos licitatórios apresentadas na consulta pública serão analisadas e servirão para orientar um novo edital previsto para ser lançado em setembro. De acordo com o Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem (DER-MG), a elaboração de um projeto de recuperação estrutural é primordial para a continuidade das obras de construção do hospital regional.

“Este diagnóstico é fundamental quando se trata de uma obra abandonada há algum tempo e que está sujeita a patologias e deterioração estrutural, como é o caso do Hospital Regional de Juiz de Fora. Ele vai nos apontar os danos existentes na edificação, mapear quais reparos precisam ser feitos antes da retomada da obra”, explicou Débora do Carmo, diretora de edificações do DER-MG. 

As obras do Hospital Regional de Juiz de Fora foram iniciadas em 2010 e paralisadas dois anos depois. Retomadas em 2013, foram interrompidas novamente em 2015 e definitivamente em 2017. Antes do diagnóstico, o governo do estado considerava que aproximadamente 56% do projeto estava executado. O percentual hoje pode ser bem menor.

Por conta do abandono da obra, muito do que já foi executado precisará ser refeito em virtude de furtos, depredações, imperfeições e erros técnicos. É o caso dos pisos. A maior parte apresenta estufamento e rupturas. Há também setores onde a instalação foi realizada de forma equivocada.

As descrições acima integram o primeiro levantamento realizado para retomada das obras chamado de “Diagnóstico da Situação da Edificação do Hospital Regional de Juiz de Fora” realizado pelo Lumens Engenharia a pedido do governo de Minas Gerais. O trabalho foi realizado em 2022, mas acabou sendo inconclusivo devido à ausência de projetos executivos originais e outros documentos.

Esse primeiro documento apontou, por exemplo, que todo o projeto de climatização precisará ser refeito devido ao péssimo estado de conservação. Os equipamentos ainda não implantados encontram-se mal acondicionados e não podem ser mais aproveitados. Como não bastasse, serpentinas e motores foram furtados.

Quanto às janelas, apenas nove das 1.137 previstas no projeto executivo foram instaladas, ainda assim sem acabamento. No segundo pavimento do bloco “D”, na área indicada como emergência e cirurgia, algumas janelas foram fechadas com alvenaria, caracterizando erro técnico.

O primeiro diagnóstico chama atenção ainda para o fato de que as normas, a legislação e a própria construção civil evoluíram durante o período de paralização da obra. Isso significa que há novas demandas a serem atendidas e novos materiais de acabamentos substituíram modelos antigos com mais tecnologia e melhor performance.

Somente após essas atualizações será possível elaborar planilhas e cronogramas precisos de serviços necessários para estabelecer, a partir do atual estágio da obra, uma perspectiva quanto à sua conclusão. Também será possível determinar a adoção ou exclusão de elementos já edificados ou adquiridos.

Por ora, apenas o recurso para a conclusão da obra parece assegurado. São R$ 167 milhões provenientes da indenização de R$ 37,7 bilhões que a Vale pagou ao estado pelo rompimento da barragem em Brumadinho, tragédia ocorrida em 2019 que matou 270 pessoas. Como o primeiro diagnóstico não foi conclusivo quanto aos custos, não é possível mensurar ainda se o valor será suficiente.