Esse é o pensamento de muita gente: se eu tive uma ideia ela é boa e precisa ganhar vida. Sorte do mundo que muita gente não tem recurso pra pegar e executar, assim, do nada, sem nem uma conversa com o senso crítico. Azar do mundo que uns poucos têm e fazer bobagem.
Pode ter sido bem possível uma conversa assim nos bastidores da criação. Da criação publicitária, que muitos lá dentro confundem com a outra, do mundo.
– A gente podia chamar o Emicida pra cantar AmarElo na campanha de reposicionamento do panetone da Bauducco, que vai diminuir o tamanho pra poder manter o preço e a gente fala que é pra pessoa comer menos e ficar mais saudável.
– A gente tentou negociar com o Emicida e não deu certo.
– Chama alguém pra cantar uma música parecida, a gente chama de Amarelo e mantém a proposta.
– Tá, mas…
– Só tá, sem mas.
As redes sociais explodem em comentários a Juliette e Duda Beat, especialistas fazem análises, jornais destacam o plágio e a Bauducco cancela a Magia Amarela. Provavelmente alguém ainda lamentou nos bastidores:
– Mas era tão boa a ideia…
Um dia, o Hamas resolve atacar novamente, o que já nem é uma boa ideia por si só, mas serve para atrair o fogo de Israel e gerar polêmica, como publicado no Haaretz, jornal de Israel, e replicado pelo Noblat no Xuitter. Como planejado, encontrou mais idealistas do outro lado, o lado com maior poder de fogo.
– A gente precisa atacar de volta.
– Atacamos, ferimos alguns.
– Foi pouco, precisamos de mais.
– Eles estão escondidos.
– Vamos explodir hospitais, eles devem estar lá.
– Mas nos hospitais tem muitas crianças, tem inocentes…
– Sem mas, por favor.
E lá se vão mais mortes em poucos dias do que na criticada guerra de mais de um ano que a Rússia promoveu na Ucrânia. Até a Rússia, aliás, apresentou ao Conselho de Segurança da ONU proposta de solução para o conflito Hamas x Israel.
O Brasil também apresentou, mas o veto dos EEUU ajudou a ser recusada também. A turma do Biden apoia Israel, mesmo com o Capitólio sendo invadido por judeus protestando contra.
Genocídio já é uma palavra ganhando espaço no conflito, que pode terminar por falta de quórum se o ritmo de matança seguir como está.
Sinal de amadurecimento foi a ideia da Rachel Sheherazade: só meteu a mão na cara da Jenny Miranda, ‘colega’ de Fazenda, e foi expulsa. Em outros tempos ela nem se prestaria ao debate (embora só quisesse falar de si) e amarraria a outra no poste. Novos tempos. Faz o L.