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Conjuntura

O drama da ex-moradora do Bairro Industrial que teve sua casa alagada no Sul do país

Maioria dos bairros do município de Rio Pardo está debaixo d'água (Foto: Defesa Civil)

Na tarde da última quinta-feira (2), Edimeia Julia Ruela de Oliveira, 57 anos, resolveu levar alguns móveis, eletrodomésticos e roupas para a casa do seu ex-genro, em uma área mais elevada do bairro onde moram no município de Rio Pardo, localizado a 145 quilômetros de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. A cheia dos rios Pardo e Jacuí ameaçava alagar sua casa, onde morava com o marido, Jorge de Oliveira, e dois dos seus quatro filhos.

Levar os pertences para casa de algum parente em área com menos risco de alagamento foi um aprendizado de Edimeia quando ainda morava no Bairro Industrial em Juiz de Fora. As cheias do Rio Paraibuna alagavam (e ainda alagam) a casa onde ela nasceu, fazendo com que sua família sempre buscasse apoio para fugir das águas. Foi assim em quase todos os verões até os seus 20 anos, quando se casou e mudou para o Rio Grande do Sul.

O que Edimeia nunca imaginou era que as chuvas do início de maio de 2024 provocariam as maiores enchentes da história do Rio Grande do Sul. Em pouco tempo, sua casa foi engolida pelas águas dos rios Pardo e Jacuí. O mesmo aconteceu com a casa do seu ex-genro para onde ela havia levado parte dos seus pertences. Não demorou muito para o município de Rio Pardo ficou sem energia elétrica e todos os acessos por terra foram interrompidos.

Com apenas algumas peças de roupas e os documentos, Edimeia, o marido e os dois filhos conseguiram abrigo em uma igreja, onde se encontravam até a noite dessa terça-feira (7). A comunicação com a mãe, Júlia Mourão Ruela, de 82 anos, que ainda mora no Bairro Industrial em Juiz de Fora é feita de forma precária por meio do celular do seu filho. As informações chegam espaçadas e buscam tranquilizar os familiares.

De acordo com Raul Mourão, irmão mais novo de Edimeia que mora e trabalha em Juiz de Fora, a situação ainda é muito preocupante. “Eles estão seguros, mas as condições são bastante precárias. Há dificuldade para obter água, energia para recarregar o celular e artigos de necessidade pessoal.” Ele também disse que, na região da casa da irmã, o nível das águas subiu cinco metros. “O receio dela (Edimeia) é de que, quando a água baixar, pode não haver mais casa.”

A Defesa Civil do Rio Grande do Sul atualizou nessa terça-feira (7) para 397 o número de municípios atingidos pelos fortes temporais que atingem o estado desde a semana passada. Nessas localidades, já chega a 48.799 o número de desabrigados, 156.036 desalojados, 372 feridos, 131 desaparecidos e 95 óbitos confirmados (além de outros quatro em investigação) entre as mais de 1,4 milhão de pessoas atingidas.

As intensas precipitações que atingiram o estado já resultaram na privação de água para aproximadamente 650 mil pessoas e na falta de energia elétrica em pelo menos 451 mil pontos em todo o estado. O governador Eduardo Leite (PSDB) divulgou uma previsão meteorológica indicando que a situação provavelmente se agravará nas próximas horas. Até domingo, a região enfrentará tempestades, rajadas de vento, enchentes adicionais, queda de granizo e uma onda de frio, o que representa um perigo ainda maior para aqueles desabrigados pela calamidade.

Ajuda

Para ajudar Edimeia Julia Ruela de Oliveira a enfrentar os danos causados pelas enchentes em Rio Pardo, no Rio Grande do Sul, sua família em Juiz de Fora divulgou uma Chave PIX pelo número do celular (51) 99931-5796 que está no nome da própria  Edimeia Julia Ruela de Oliveira.

Família em Juiz de Fora fez indicações sobre uma foto para mostrar onde era a casa de Edimeia (Jorge) e a de Neco (ex-genro).

Para ajudar as vítimas das enchentes, diversas instituições públicas e empresas privadas de todo o país estão se mobilizando para arrecadar doações. Em Juiz de Fora, o jornal Tribuna de Minas listou os pontos de coleta dos materiais e quais itens podem ser doados.

Confira os locais de doações para o Rio Grande do Sul:

Delegacia Regional da Polícia Civil:

O que doar? Água potável

Onde? Unidades da corporação nos bairros Santa Terezinha (Rua Custódio Tristão 76) e de Lourdes (Rua Nossa Senhora de Lourdes 339)

Quando? Até quinta-feira (9)

 

Prefeitura de Juiz de Fora:

O que doar? Materiais de limpeza, como vassouras, pano de chão, sabão em pó, sabão em barra, rodos, desinfetante, água sanitária, balde, detergente, luva, saco de lixo de 100 litros e botas

Onde? Unidades dos Diga, das 7h às 17h, e na tenda montada no Parque Halfeld

Quando? Não há prazo final

 

Camilo dos Santos:

O que doar? Água potável, materiais de higiene e limpeza, colchões, roupa de cama, cobertores, roupas, calçados, mantimentos, entre outros

Onde? Park Sul, na BR-040; na Paróquia Santa Rita; Centro de Futebol Zico/JF; Anna Couto; Distribuidora Tiago’s; Help Pré Hospitalar; Cristy Utilidades; Visage; Armazém Barroco; Tete Festas; Zine; Viva Eventos; Privilège; Luciana Lingerie; ou solicitar coleta da equipe da Camilo dos Santos no caso de grande volume de doações pelo número 0800 947 8000

Quando? Não há prazo final

 

Casa da Gráfica junto com a Azul Express:

O que doar? Mantimentos, higiene pessoal, roupas, sapatos, colchão, roupa de cama

Onde? Rua Saint Clair de Carvalho, 281; Rua Benjamin Constant, 779; Avenida Presidente Itamar Franco, 857; Avenida Presidente Juscelino Kubistchek, 6911/ Loja 10

Quando? Não há prazo final

 

Sport Club:

O que doar? Alimentos não-perecíveis, roupas limpas e em condições de uso, medicamentos, fraldas, material de limpeza, higiene pessoal e água

Onde? Sport Club

Quando? Não há prazo final

 

Associação de Apoio a Crianças e Idosos (AACI):

O que doar? Água potável, alimentos de fácil preparo, itens de higiene e limpeza, cobertores e roupas de cama, roupas em bom estado de uso. Aqueles que preferirem podem doar também pelo pix da AACI: 11550709000187 (CNPJ)

Onde? Na Rua General Almerindo da Silva Gomes, 162, no Bairro Nova Era

Quando? Até o dia 15 de maio

 

Chico Rei:

O que doar? Roupas, calçados, lençóis, cobertores e toalhas. Os produtos devem estar limpos, higienizados e em boas condições de uso

Onde?  Rua Padre Café, 128, Bairro São Mateus. O horário de funcionamento é das 10h às 19h

Quando? Até a próxima quarta-feira (8).

 

Picorelli Transporte:

O que doar? Água potável, itens de higiene pessoal, roupas de cama, colchões e alimentos não perecíveis. Em caso de grandes volumes, as doações podem ser agendas pelo telefone (32) 3222-1700

Onde? Rua Galileu Picorelli, 60, Distrito Industrial, de segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 18h

Quando? Não há prazo final

 

Associação Sociocultural Dubdogz:

O que doar? Valores em dinheiro podem ser doados via pix pela chave 48.015.331.0001-21/Banco do Brasil – agência 3891-1/ C/c 18866-2

Quando? Não há prazo final

 

Aeroporto da Zona da Mata:

O que doar? Água, alimentos não perecíveis, roupas em bom estado de limpeza e conservação, produtos de higiene pessoal, lençóis, cobertores e toalhas e ação para cães e gatos

Onde? Saguão do Aeroporto da Zona da Mata

Quando? O encerramento da campanha dependerá das necessidades apresentadas pela região

 

Shoppings de Juiz de Fora:

O que doar? Água potável, cesta básica, colchões novos ou em bom estado, produtos de higiene pessoal e limpeza, ração e roupas de cama e banho em bom estado; os itens serão transportados pela Camilo dos Santos.

Onde? Alameda Shopping (praça de alimentação), Braz Shopping (1º piso – em frente ao elevador), Independência Shopping (piso L1 – SAC), Mister Shopping (piso L1 – entrada principal, ao lado da loja Top Fitness), Santa Cruz Shopping (1º piso – balcão de informações) e Shopping Jardim Norte (L1 – entrada principal, em frente à Kalunga)

Quando? Entre os dias 8 e 15 de maio

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