
Com uma população majoritariamente mineira, Juiz de Fora segue sendo uma cidade que preserva raízes locais, mas que também se abre de forma crescente à migração interestadual. Dados do Censo 2022 revelam que 480 mil moradores do município nasceram em Minas Gerais, o que representa 88,7% da população residente. São mais de 60 mil pessoas nascidas em outros estados que vieram para o município, indicando uma diversificação do perfil demográfico da cidade.
O estado que mais envia moradores para Juiz de Fora é o vizinho Rio de Janeiro, com 35.290 pessoas nascidas em território fluminense e atualmente residentes na cidade. Em 2010, esse contingente era de 28.500. A proximidade geográfica, as ligações econômicas e a mobilidade diária entre as regiões ajudam a explicar essa forte presença carioca em território mineiro.
Outros estados também vêm ampliando sua participação na composição populacional de Juiz de Fora. São Paulo passou de 6.966 para 8.414 residentes; Bahia, de 2.169 para 2.419; Espírito Santo, de 1.893 para 2.131. Mas o destaque vai para estados das regiões Norte e Nordeste, como Amazonas, que saltou de 281 para 840 moradores, Maranhão, de 359 para 808, e Ceará, de 618 para 1.045.
Há ainda 1.961 moradores de Juiz de Fora que nasceram em outro país. A grande maioria veio da Venezuela.
Esses dados sugerem novos fluxos migratórios, possivelmente impulsionados por fatores como busca por oportunidades de estudo, trabalho, atendimento em saúde e melhores condições de vida. Juiz de Fora, com sua rede universitária consolidada, posição estratégica e infraestrutura de serviços, se apresenta como um destino atrativo para migrantes vindos de regiões diversas do país.
A análise também aponta um predomínio feminino entre os nascidos fora de Minas que vivem em Juiz de Fora. Em estados como Pernambuco, Maranhão e Ceará, as mulheres são maioria. Esse padrão está em linha com tendências nacionais e pode estar relacionado à maior longevidade feminina e à migração ligada a redes de apoio familiar, trabalho doméstico ou oportunidades educacionais.
Minas segue terra dos mineiros, mas cresce presença de migrantes
Mesmo mantendo uma forte identidade local, Minas Gerais se torna, gradualmente, um destino cada vez mais procurado por brasileiros de outras regiões. Dados do Censo de 2022 mostram que mais de 91% dos moradores do estado nasceram em Minas, mas a presença de migrantes vindos de outros estados tem crescido de forma consistente ao longo dos anos.
Segundo o levantamento do IBGE, 18.775.653 residentes em Minas declararam ter nascido no próprio estado. Em 2010, esse número era de 18.164.853 — o que representava cerca de 89,6% da população. Apesar do crescimento absoluto, a proporção de mineiros natos caiu ligeiramente, revelando um aumento na migração interestadual.
Entre os estados que mais enviaram migrantes para Minas, destaca-se São Paulo, com 548.718 pessoas nascidas lá e agora residentes em território mineiro — um aumento de 116 mil em relação a 2010. Na sequência vêm Bahia (221.005), Rio de Janeiro (195.642) e Goiás (113.741). A presença de pessoas oriundas do Espírito Santo, Paraná, Alagoas, Pernambuco e Maranhão também é expressiva.
A tendência aponta para uma diversificação da origem dos migrantes, especialmente com o crescimento de residentes vindos do Norte e do Nordeste. A população nascida na Bahia, por exemplo, passou de 181 mil em 2010 para mais de 221 mil em 2022. No caso de Pernambuco, o salto foi ainda mais expressivo: de 39 mil para quase 59 mil pessoas.