Conjuntura

Juiz-forano leva até uma hora para chegar ao trabalho, e ônibus é o meio mais utilizado, aponta IBGE

A maioria dos trabalhadores de Juiz de Fora leva até uma hora para se deslocar entre casa e trabalho, segundo o Censo Demográfico de 2022, que analisou tempo e modalidade de deslocamento. Do total de 189.908 trabalhadores, 66.486 (35%) trabalhadores disseram gastar entre 15 minutos e meia hora no trajeto, enquanto 57.354 (30,2%) relataram demorar de meia hora a uma hora. Apesar de 97,7% da população ocupada trabalhar dentro do município, os dados evidenciam que a mobilidade urbana na cidade ainda envolve percursos longos e grande dependência do transporte coletivo.

O ônibus é o principal meio de transporte utilizado pelos trabalhadores juiz-foranos, representando 41,75% dos deslocamentos diários. Em seguida aparecem o automóvel (28,37%), o deslocamento a pé (20,3%), a motocicleta (5,9%) e a bicicleta (2,29%). Esses cinco meios concentram 98,6% dos deslocamentos para o trabalho, evidenciando baixa diversificação modal e a ausência de alternativas como metrô ou sistemas de transporte rápido.

A análise detalhada do tempo de deslocamento revela que os trajetos mais curtos — de até 15 minutos — concentram trabalhadores que vão a pé ou utilizam carro, o que sugere que parte da população vive próxima ao local de trabalho ou tem acesso a meios de transporte individuais. Já os deslocamentos entre 15 minutos e uma hora são dominados pelo uso do ônibus, com mais de 60 mil pessoas nessa faixa de tempo.

Nos trajetos superiores a uma hora, o transporte coletivo também prevalece: cerca de 16 mil trabalhadores passam até duas horas no deslocamento, e há registros pontuais de viagens que ultrapassam quatro horas. Os números indicam que quem depende do transporte público tende a enfrentar percursos mais longos, especialmente moradores de bairros periféricos ou áreas afastadas do centro.

Outro ponto de destaque é o baixo uso de bicicletas e motocicletas em comparação a carros e ônibus. A bicicleta, por exemplo, é utilizada por apenas 2,29% dos trabalhadores, possivelmente em razão da falta de infraestrutura cicloviária, do relevo acidentado e da insegurança viária.

Sem opções de transporte de alta capacidade — como metrô, trem ou BRT —, Juiz de Fora mantém um modelo de mobilidade centrado em ônibus e automóveis. Para especialistas, os dados reforçam a necessidade de planejar políticas públicas voltadas à integração do transporte coletivo, ao incentivo a meios sustentáveis e à aproximação entre moradia e emprego, reduzindo o tempo gasto no deslocamento e melhorando a qualidade de vida da população.