Holofote

Em 2022, Juiz de Fora terá orçamento deficitário pelo segundo ano seguido

Com receitas de R$ 2,57 bilhões e despesas de R$ 2,63 bilhões, a Prefeitura de Juiz de Fora encaminhou para a Câmara Municipal, no último dia 30 de setembro, a proposta orçamentária para o próximo ano com previsão de déficit de R$ 54,3 milhões.

Será o segundo ano consecutivo que a máquina pública municipal vai funcionar com a projeção de despesas maior que a de receitas. A Lei Orçamentária Anual (LOA) para o exercício financeiro de 2021, aprovada em dezembro de 2020 e em vigor, contém um déficit de R$ 71 milhões.

Durante o ato de entrega da proposta aos vereadores, a Secretária de Fazenda, Fernanda Finotti Cordeiro, lembrou da herança do déficit, mas ressaltou que até então não havia faltado dinheiro. “Muito difícil. Até hoje não faltou dinheiro. Estamos submetendo o orçamento com um déficit menor.”

Na justificativa da proposta, a prefeita Margarida Salomão (PT) explicou que, embora menor do que no exercício anterior, o déficit “se sustenta na razão de que, nos últimos quatro anos, os gastos com pessoal e encargos cresceram cerca de 23% em termos reais, enquanto que, nas receitas correntes, houve uma queda no mesmo período de aproximadamente 22%.”

Já as receitas próprias e transferidas cresceram apenas 3% nos últimos quatro anos também em termos reais. Ainda assim, a atual gestão ressaltou que não vai “confundir austeridade fiscal com a economicidade das ações do poder público”.

O desafio orçamentário colocado, segundo a prefeita, “será equacionar o crescimento constante da demanda por serviços, sem afetar a qualidade dos mesmos, em um ambiente de crescente restrição orçamentária”. A aposta nesse sentido, conforme a própria secretária de Fazenda, será “a utilização dos recursos vinculados de forma a permitir maior racionalidade nos recursos do tesouro”.

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