Conjuntura

Com dificuldades nos municípios, Kalil se vale da militância petista

Kalil esteve com deputados do PT em todos eventos no interior do estado (Foto: Divulgação/PTMG)

As dificuldades em montar palanques nos municípios e as dissidências dentro do próprio partido se refletem na agenda do pré-candidato do PSD ao governo de Minas Gerais, Alexandre Kalil. O ex-prefeito de Belo Horizonte tem recorrido com frequência à militância petista e aos deputados do PT para conseguir reunir eleitores em suas incursões pelo interior do estado.

No último final de semana, Kalil esteve em Cataguases, Leopoldina e Ubá acompanhado pelo presidente estadual do PT, Cristiano Silveira, pelos deputados Reginaldo Lopes (PT) e Rogério Correia (PT) e pela deputada Beatriz Cerqueira (PT). A novidade em relação às outras viagens foi o deputado Fernando Pacheco, do PV, que integra a federação partidária com o PT e o PCdoB.

Após a formalização da aliança com o PT, Kalil já esteve na Zona da Mata, Vale do Mucuri e Campo das Vertentes. Nessas viagens, sua agenda contemplou praticamente eventos com a militância petista. Não apenas pelo público, mas como parte central de sua estratégia, o ex-prefeito da capital tem aproveitado para reforçar sua proximidade com o ex-presidente Lula.

Embora o próprio Kalil tenha dispensado o apoio dos parlamentares do seu partido, quando afirmou em entrevista à Rádio Super que não ter apoio dos quatro deputados federais do PSD seria um “favor que eles fariam à sua campanha”, a possível ausência de palanque nos município começa a incomodar. Caberá ao senador Alexandre Silveira, presidente estadual do PSD, administrar o conflito.

O dirigente, que antes de definir seu espaço na chapa de Kalil como candidato à reeleição chegou a ser cotado como líder do governo Jair Bolsonaro (PL) no Senado, tem cobrado lealdade ao partido no estado. Pessoalmente, sempre que pode, ele lembra que iniciou sua vida pública como superintendente do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes) em Minas Gerais no governo Lula, quando foi indicado pelo então vice José Alencar.

Além de Silveira, outra aposta de Kalil para tentar arregimentar aliados fora do PT seria o presidente da Assembleia de Minas, Agostinho Patrus (PSD), que na última semana anunciou o propósito de disputar a indicação para conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais. A decisão praticamente o coloca fora disputa sucessória mineira. Agostinho era cotado como candidato a vice de Kalil, mas acabou tendo que abrir mão para contemplar o PT, que indicou o deputado André Quintão como segundo nome da chapa.

Aliança com União Brasil também prevê baixa adesão

A relação de Alexandre Kalil com o PSD deve se repetir também com seu mais novo aliado: o União Brasil. A aliança anunciada nessa segunda-feira (13), após reunião do pré-candidato com o deputado federal Luciano Bivar, presidente da sigla e postulante ao Palácio do Planalto, deve comportar várias dissidências no estado.

O partido até a última semana estava cotado para compor a chapa do governador Romeu Zema (Novo). O deputado federal Bilac Pinto, que foi secretário de governo na atual gestão, esteve entre os cotados para ser o vice no projeto de reeleição de Zema. Aliás, até por essa proximidade, o parlamentar seria um dos nomes com dificuldades para seguir com Kalil.

Além do União Brasil, o PSB deve ser o próximo partido a declarar apoio à chapa encabeçada pelo ex-prefeito de Belo Horizonte. Na próxima quarta-feira (15), quando lideranças dos dois partidos estarão reunidas com Lula e seu pré-candidato a vice Geraldo Alckmin (PSB), em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, a aliança deverá ser concretizada. No caso dos socialistas, a fidelidade será maior.

Com PT, PSD, PV, PCdoB, União Brasil e PSB, Kalil contará com o maior tempo no horário eleitoral no rádio e na TV na sucessão mineira. Se conseguisse fazer valer a fidelidade partidária, teria também o apoio de 52 deputados mineiros e quase 260 prefeitos, o que não é pouca coisa.

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