Holofote

Por que a indicação de Eduardo Costa para ser vice de Zema ‘flopou’?

Radialista Eduardo Costa precisa convencer o PSDB se quiser ser vice de Zema (Foto: Divulgação/Instagram)

O locutor da Rádio Itatiaia e apresentador da Record Minas, Eduardo Costa, que é filiado ao Cidadania, foi indicado pelo ex-secretário-geral do Estado, Mateus Simões (Novo), para ser vice na chapa do governador e candidato à reeleição, Romeu Zema (Novo). Os deputados Marcelo Aro (PP) e Bilac Pinto (União Brasil), além do próprio Mateus Simões, também são (ou foram) cotados para a função.

O nome de Eduardo Costa, que é muito conhecido na região metropolitana de Belo Horizonte, foi lançado logo após PSDB e MDB retomarem as conversas com o União Brasil e o Republicanos em torno da candidatura do ex-deputado Marcus Pestana (PSDB) ao governo de Minas Gerais. Como os tucanos compõem uma federação partidária com o Cidadania, os dois partidos precisam caminhar juntos.

Ou seja, se quiser mesmo ser vice na chama do governador, Eduardo Costa terá que convencer o PSDB a desistir da pré-candidatura de Pestana. Mas isso não vai acontecer, segundo informou a O Pharol o próprio ex-deputado. “Nada muda. Sou candidato. Isto faz parte da condução errática do Zema”. Ele disse que nesta semana tem compromissos de pré-campanha no estado e conversas com dirigentes de partidos aliados.

Embora Eduardo Costa seja, de fato, um vice com potencial para alavancar o governador na região metropolitana de Belo Horizonte, onde possui baixa avaliação em relação às demais regiões do estado, sua repentina ascensão na sucessão mineira não convenceu o meio político. Oposicionistas e mesmo aliados de Zema consideram a indicação do radialista como provocação às movimentações do deputado Aécio Neves (PSDB).

Aparecendo com vantagem na disputa pelo Senado – mas ele nega a candidatura – e de volta aos holofotes, Aécio Neves voltou a se reunir com as principais lideranças do estado e tem aproveitado os muitos tropeços da “turma do Novo” para retomar seu protagonismo. Na avaliação de aliados, seu foco no momento é levar a sucessão mineira para o segundo turno, o que é o pior dos pesadelos para Zema.

Em um cenário de derrota do governador, não só Aécio Neves, mas quase todos os políticos mineiros, consideraram improvável que o partido Novo se mantenha como força política no estado. Dessa forma, a avaliação quase unânime no meio político é de que o “jogo seria zerado” pré-2018.

Para tentar se manter nesse jogo, o Novo vem se esforçando para fazer o dever de casa. Depois de admitir a reeleição de seus filiados e concordar com alianças políticas, o partido parece querer ingressar no campo das articulações, tão próprio da velha política e tão necessário para quem não pode mais se isolar.