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Que pulão pra São Longuinho!

Mario Frias e Urandir Fernandes de Oliveira (Foto: Reprodução)

Quem procura, acha. É assim o ditado. Às vezes acha o que não procura, o ditado é nesse sentido, como o da pessoa que descobre uma doença porque foi ao médico ou que disse o que queria e ouviu o que não queria.

Tem um episódio da saudosa TV Pirata em que a família assiste televisão sentada no sofá e alguém deixa cair qualquer coisa entre as almofadas do assento. Quando coloca a mão lá embaixo pra procurar, o braço fica preso e ela (talvez a filha) grita que uma mão tá segurando seu braço. Em meio ao desespero da família, ela consegue puxar o que a segurava: era o vovô, que caiu ali dentro uma vez e todos achavam que havia morrido, desaparecido. Ele ainda explica que vivia dos restos de comida que caíam por ali frequentemente.

Sabe-se lá se alguém estava procurando alguma coisa na Amazônia, lugar fácil de se perder e que o governo não tem interesse e o exército não tem autonomia pra vasculhar. Pois foi lá, no grande Pulmão do Mundo, que encontraram Ratanabá.

Provavelmente a descoberta arqueológica mais badalada da história e com riqueza de detalhes que em poucos dias já mostravam o vanguardismo da cidade, em diálogo intenso com a atualidade. Ratanabá adianta questões que hoje ainda não ficaram claras pra muitas pessoas, como o fato de que tudo tem uma relação direta com política. E o termo política, que vem da pólis grega, teria sido ratanabítica não fosse o complô ateniense pra monopolizar boa parte dos termos filosóficos, obliterando a ainda indescoberta metrópole amazônica.

Os cuidados com os cidadãos eram de grande valia na cidade. Os meios de transporte contemplavam o público e o privado, com respeito aos pedestres, que não seriam devorados pelos veículos, todos herbívoros.

Esporte e lazer eram duas secretarias de grande valor em Ratanabá. Além de promover atividades culturais próprias, a cidade tinha diálogo intenso com outras formas de expressão artísticas de grande valor, como no flagrante registrado de Gusttavo Lima em passagem pela região.

O desempenho desportivo dos cidadãos de Ratanabá sempre foi destaque entre outras tribos do mundo conhecido. Seus atletas eram superados apenas pelos esquimós do norte nas Olimpíadas de Inverno, mas isso depois da Era Glacial. Por isso o respeito do Comitê Olímpico Internacional ao autorizar que a cidade receba os Jogos Olímpicos de 2028, agora que foi redescoberta.

Ratanabá faz lembrar o poema Supremo Castigo, do Mário Quintana. Ao final, ele diz que, terminada nossa civilização, arqueólogos de uma geração futura encontrarão um mesmo sinal espalhado pelo mundo todo e pensarão que Coca-cola era o nome do nosso deus. Vamos torcer pros arqueólogos do futuro descobrirem que encontramos Ratanabá. Seria um orgulho pro nosso futuro enquanto brasileiros.

Porque se descobrirem que o governo tem esfacelado todo o cuidado que deveria ter com a Amazônia, negligenciando fiscalizações, ignorando desmatamentos e sucateando instituições pra sacrificar terras e indígenas, seria uma vergonha pra nós. Se os arqueólogos descobrirem que as medidas desse mesmo governo Bolsonaro levaram ao assassinato de Bruno Pereira e Dom Phillips, eles ficarão com vergonha de terem feito essa descoberta.

P.S. Todas as informações sobre Ratanabá foram extraídas de um grupo de WhatsApp, fonte idônea, responsável, frequentada pela tradicional família brasileira e capaz de dar credibilidade a golpes e presidentes.

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