Conjuntura

Depois de vereador denunciar nepotismo, promotoria recomenda exonerações

Mesa Diretora da Câmara de Santos Dumont acatou as recomendações do Ministério Público e exonerou os parentes de vereadores que trabalhavam na Casa (Foto: Gilberto Freire/Portal 14b)

A denúncia de existência de nepotismo na Câmara Municipal de Santos Dumont feita de forma inusitada pelo vereador Felipe Chaves (União Brasil) acabou levando à exoneração de vários servidores na última semana. A decisão foi tomada pela mesa diretora da Casa após recomendação do Ministério Público. O mesmo deve acontecer em relação aos casos denunciados também na Prefeitura.

Felipe Chaves acabou se entregando e denunciando outros vereadores e o prefeito Carlos Alberto de Azevedo, o Betinho (Cidadania), após tentar abrandar a legislação municipal sobre nepotismo e ser derrotado. Na ocasião, ao ver o acordo prévio para aprovação ser desfeito em plenário, visivelmente irritado ele partiu para o ataque.

“A lei municipal vale para uns e não vele para outras pessoas. Só se o Ministério Público então está se omitindo. Vou trazer a listagem, e os vereadores com parentes na Prefeitura vão ter que sair e os secretários também. Não existe isso. Não quiseram regulamentar, todo mundo tem que ser penalizado”, sentenciou. Em seguida, Felipe Chaves foi incisivo: “Por que as pessoas (vereadores) estão votando contra uma lei e mantendo as pessoas por trás? Isso é falsidade com o eleitor”.

Cumprindo a promessa, no dia 5 de abril de 2022, Felipe Chaves encaminhou ofício ao Ministério Público da Comarca de Santos Dumont solicitando “tomada de providências quanto às possíveis irregularidades na contratação/nomeação de pessoal nos quadros dos poderes Executivo e Legislativo em possível afronta à lei municipal 4.033, de 2009, que proíbe a prática de nepotismo”.

No mesmo documento, ele indicou haver “nomeações nos poderes municipais citados que estão em desacordo com o preceito da mencionada lei”. Em seguida, listou alguns cargos “que devem ser objeto de investigação civil pelo Ministério Público a fim de se fazer cumprir o que a legislação determina”.