Publicidade
Eleições

Lula vai voltar a Minas Gerais, mas sem passar por Juiz de Fora

Lula discursa durante comício em Belo Horizonte (Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação)

Depois de realizar o primeiro comício de campanha em Belo Horizonte, o ex-presidente Lula (PT) deve retornar a Minas Gerais antes das eleições, mas sem passar por Juiz de Fora. Ele deve visitar o Norte de Minas e o Vale do Aço. Isso se nada acontecer para afetar planejamento da campanha.

Lula esteve em Juiz de Fora, Contagem e Uberlândia na chamada pré-campanha. Como o período de campanha oficial foi reduzido pela minirreforma eleitoral de 2015, o prazo de 45 dias é considerado curto para o retorno em localidades onde o ex-presidente já visitou em 2022.

Além disso, a estratégia de momento em relação ao eleitorado mineiro, o segundo maior do país, é atuar pontualmente para frear qualquer avanço do presidente Jair Bolsonaro. A última pesquisa Datafolha, divulgada nessa quinta-feira (18), mostrou a manutenção de uma frente 20 pontos a favor do petista no estado.

Outra questão no radar da campanha de Lula envolve o desempenho de Alexandre Kalil (PSD) na disputa pelo governo de Minas Gerais. As pesquisas indicam que, com o apoio do petista, o ex-prefeito de Belo Horizonte pode ultrapassar o governador Romeu Zema (Novo), que lidera a corrida sucessória.

Depois de Lula e Kalil viajarem juntos na pré-campanha e realizarem o grande comício dessa quinta-feira (18) em Belo Horizonte, as apostas em relação à vinculação das suas candidaturas estão todas voltadas para o programa eleitoral no rádio e na TV. Se ainda assim Kalil não decolar, Lula pode aumentar a presença no estado.

Preocupação com eleitorado evangélico

As pesquisas recentes, na avaliação de integrantes da campanha Lula, revelaram um efeito limitado do pagamento do Auxílio Brasil. A análise interna é de que, para vencer no primeiro turno, o desafio segue sendo o eleitorado evangélico.

Foi nesse segmento que Bolsonaro registro seu maior crescimento, saltando de 43% para 49% das intenções de voto no último mês. No mesmo período, o petista recuou negativamente de 33% para 32%.

O presidente tem investido nas aparições ao lado da primeira-dama Michelle Bolsonaro como um trunfo junto aos evangélicos e às mulheres. Na sua visita a Juiz de Fora, Michelle foi mais aplaudida e encerrou o comício com uma oração. Antes, Bolsonaro havia definido as eleições como “a luta do bem contra o mal”.

A ofensiva da campanha petista começou no início da semana com o deputado federal André Janones (Avante), que deixou a disputa presidencial para apoiar Lula, lançando nas redes sociais o slogan: “Bolsonaro usa Deus, Deus usa Lula”. A estratégia teve efeito inicial aquém do esperado.

Em outra frente, ainda sem data para ser lançada, Lula vai falar das três leis aprovadas e sancionadas em seu governo com apelo religioso. Em 2003, começou a vigorar a lei que permite igrejas e associações religiosas terem personalidade jurídica. Já em 2009, foi instituído o Dia Nacional da Marcha para Jesus e, um ano depois, o Dia Nacional do Evangélico.