Eleições

Pestana lança campanha com ataque a Zema e ao partido Novo

Pestana inaugurou o comitê de campanha na Rua Benjamin Constant, 936, no seu primeiro ato de campanha em Juiz de Fora (Foto: Pâmela Costa)

Marcus Pestana (PSDB) encerrou o primeiro dia de campanha ao governo de Minas Gerais, na terça-feira (16), com o lançamento do comitê em Juiz de Fora. Com a presença do candidato a vice, o atual vice-governador Paulo Brant (PSDB), do candidato a senador, Bruno Miranda (PDT), que é vereador em Belo Horizonte, e do presidente estadual do PDT, deputado federal Mário Heringer, ele se colocou como opção à polarização entre o governador Romeu Zema (Novo) e Alexandre Kalil (PSD), ex-prefeito da capital mineira que tem o apoio do PT.

Pestana aparece com apenas 2% na pesquisa divulgada nesta semana pelo Ipec (antigo Ibope). Para ele, sua candidatura começou agora e há tempo para mudar as projeções. “Setenta e três por cento dos eleitores não têm escolha (na pesquisa) espontânea, isso é o que vale no momento.” Brant também endossou a possibilidade de a candidatura crescer e lembrou que, nas últimas eleições, como vice de Zema, achava que não tinha chances de vitória. “Vamos ganhar. Sou pé quente”.

Falando pela aliança PSDB e PDT, com apoio declarado a Ciro Gomes (PDT) para a eleição presidencial, Pestana enfatizou o posicionamento dos dois partidos como uma escolha mais equilibrada, frente à polarização que o país e o estado vêm enfrentando. Especificamente em relação à disputa estadual, ele criticou a origem política dos seus principais concorrentes. “Eu venho em nome da minha trajetória, eu não venho da antipolítica, como meus adversários”.

Embora tenha feito críticas pontuais a Alexandre Kali, como sua tumultuada relação com a Câmara de Vereadores de Belo Horizonte e seu estilo muitas vezes agressivo, Pestana gastou boa parte do seu discurso atacando a gestão de Zema e o partido Novo. Ao falar da exoneração de todo os servidores da vice-governadoria, após o anúncio da candidatura a vice de Brant, ele considerou as práticas do governador e do seu partido como “o que há de mais velho na política.”

Pestana também criticou o fato de o Novo ter mudado o posicionamento em relação à reeleição, deixando de ser contrário para aderir, e às alianças partidárias, com o PP integrando a chapa majoritária da reeleição de Zema indicando Marcelo Aro como candidato ao Senado. “O Novo apareceu com o projeto de reeleição, aprovou as alianças e se juntou com o que há de mais retrógado na política. O Novo ficou velho”.

Em uma comparação com as gestões do PSDB no estado – Aécio Neves (2003-2010) e Antônio Anastasia (2011-2014) -, Pestana criticou o atual governo pela falta de interlocução com a Assembleia de Minas e pela forma como vem lidando com a dívida pública estadual. “Virou uma bomba de efeito retardado que vai cair no colo do próximo governador.” No mesmo tom, lamentou a ausência de Minas Gerais no cenário nacional. “Quando as instituições estiveram sob ameaça (no 7 de setembro de 2020), onde estava Minas Gerais?”