Eleições

Por que os candidatos de Juiz de Fora não estavam no palanque com Bolsonaro?

O presidente da Santa Casa, Renato Loures, foi o único juiz-forano no palanque ao lado de Bolsonaro (Foto: Pâmela Costa)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) discursou por cerca de 10 minutos em cima do carro de som estacionado na Rua Batista de Oliveira esquina com a Rua Halfeld na sua estreia na campanha em Juiz de Fora na terça-feira (16). Ali perto, em 2018, ele foi alvo de um atentado à faca. Depois dele falaram a primeira-dama Michelle Bolsonaro e o candidato a vice-presidente General Braga Netto (PL).

Ao lado dos três oradores estavam o senador e candidato ao governo de Minas Gerais, Carlos Viana (PL), o senador carioca Flávio Bolsonaro (PL) e o presidente da Santa Casa de Juiz de Fora, Renato Loures. Nenhum dos candidatos a deputado por Juiz de Fora subiu no carro de som. Eles acabaram ficando no chão, sem serem vistos ao lado do presidente. Mas por que isso aconteceu?

Os deputados Charlles Evangelista (PP) e Delegada Sheila (PL), o vereador Sargento Mello (PTB), a Delegada Ione Barbosa (Avante) e os demais candidatos e candidatas com base em Juiz de Fora acompanharam a agenda de Bolsonaro. Muitos estiveram no aeroporto ou mesmo na “motociata”. Embora tenham sido vistos pelos apoiadores do presidente, aparecer no palanque como candidato bolsonarista acabou sendo inviável.

Responsável pela organização do primeiro evento de campanha de Bolsonaro, a Direita Minas informou que o carro de som teve sua capacidade de ocupação reduzida por questões de segurança. Foi disponibilizado para os candidatos a deputado e a senador um espaço para discurso após a saída do presidente, antes da dispersão.

Foi quando o candidato ao Senado, o deputado estadual Cleitinho Azevedo (PSC), usou o microfone. O candidato a deputado federal, Nikolas Ferreira (PL), também falou brevemente. Nenhum dos juiz-foranos apareceram. Alguns preferiram seguir em carro aberto com Bolsonaro até o Aeroporto da Serrinha e outros optaram por gravar vídeos para as redes sociais ao lado de apoiadores.

Michelle Bolsonaro

Embaixo do carro de som, os candidatos a deputado e os apoiadores gritaram o mantra “mito”, fizeram críticas ao PT e ao ex-presidente Lula, e ovacionaram Michelle Bolsonaro. Em cima do palanque, o presidente rememorou o atentado de setembro de 2018 e atribuiu o fato de ter sobrevivido a um desígnio divino para salvar o Brasil.

Com Lula e a “esquerdalha” como foco, os discursos foram interrompidos por diversas vezes por gritos de “nossa bandeira jamais será vermelha” e “eu vim de graça”, numa alusão aos apoiadores que recebem para participar de eventos de campanha. Uma mulher com a toalha com o rosto de Lula em uma sacada de um prédio rapidamente se tornou alvo de protesto dos apoiadores do presidente.

Em meio a promessa de libertar o povo, Bolsonaro chegou a dizer que pregava a liberdade de crença, “que amanhã ninguém nos proíba de acreditar em Deus”. Michelle, que recentemente foi acusada de intolerância religiosa por internautas, após divulgar vídeo preconceituoso com líderes de religiões de matriz africana, deu continuidade ao discurso de cunho religioso.

* Estagiária sob supervisão de jornalista profissional.

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