Publicidade
Catar 2022Colunas

Ecos das zebras

O atacante camaronês Omam Biyik cabeceia contra o gol de Pumpido da Argentina na Copa de 1990 (Foto: Twitter/FIFA)

As surpresas, tradição de todas as Copas, já começaram a galopar no deserto do Qatar, que o digam Argentina e Alemanha. Mas, quem pode ser prejudicado com isso é o Brasil. Pego um gancho do genial companheiro Aílton Alves aqui neste O Pharol, que citou encontros precoces da Amarelinha com timaços antes de conquistar o tetra, para ativar minha mais vívida memória de mundiais.

Um choroso Wallace terminou a partida das oitavas de final da Copa da Itália, em 1990, abraçado à TV sem acreditar. Enquanto Careca e Muller perdiam chances lá na frente, uma combinação de Maradona e Caniggia mandava o time de Lazaroni para casa.

Mas nada disso teria acontecido caso os argentinos, então atuais campeões, não tivessem perdido a estreia do Mundial, em sua abertura, para CAMARÕES!

Quando o atacante Omam-Biyik subiu, cabeceou e o goleiro Pumpido frangou, o destino que estava sendo selado era o do Brasil. Uma bronca homérica, do técnico Carlos Bilardo – que teve ameaça de jogar o avião no Oceano Atlântico caso a turma de branco e azul-calcinha fosse eliminada na primeira fase – e palavras firmes de Maradona que hoje seriam traduzidas como TOCA NO PAI, e o resto foi história até a decisão com um penal maroto que deu o caneco pra Alemanha.

Regulamento diferente, classificação em terceiro do grupo, Brasil nas oitavas, e quem sofreu foi o coraçãozinho do Wallace de 11 anos. Assim, é ótimo tirar sarro com as derrotas de nossos rivais tradicionais na Copa, mas é sempre bom ter cuidado com os ecos das zebras!

(*o cronista confessa que aguardou a estreia do Brasil na Copa 2022 para escrever esta porque não seria beta de zicar…)