Holofote

Possível fusão entre Avante e PSC pode colocar Ione e Noraldino no mesmo partido

Ione e Noraldino podem fazer parte de novo partido (Foto: Divulgação)

Sem superarem a cláusula de barreira no primeiro turno das eleições deste ano, vários partidos discutem alternativas para garantir a sobrevivência política. Enquanto uma parte deles negocia fusões ou constituição de federações com outras legendas, outra parte afirma seguir com suas atividades políticas mesmo com as “punições” previstas pela legislação eleitoral.

O PSC do deputado estadual Noraldino Júnior integra o primeiro bloco dos partidos que não conseguiram alcançar a cláusula de barreira e já iniciou conversas para fusão com o Podemos ou com o Avante. Nos dois casos, segundo deputado federal reeleito Euclydes Pettersen (PSC), os processos estão apenas começando e são conduzidos pelo presidente nacional do partido, Pastor Everaldo.

No caso de a fusão acontecer com o Avante, o novo partido originário vai reunir, além de Noraldino, a deputada federal eleita Ione Barbosa (Avante). Os dois já estiveram na disputa pela Prefeitura de Juiz de Fora. Em 2020, Ione concorreu pelo Republicanos e terminou em terceiro lugar com 56.699 votos. Já Noraldino concorreu em 2016, ficando também com o terceiro lugar com 47.110 votos.

Se a opção do PSC for pela fusão com o Podemos, o partido formado teria como representantes em Juiz de Fora Noraldino e o vereador Bejani Júnior (Podemos). Os dois estiveram na disputa pela Assembleia de Minas neste ano, quando o deputado conseguiu a reeleição e o vereador não foi eleito. Em 2006, Noraldino foi secretário do então prefeito Alberto Bejani, pai de Bejani Júnior.

Quem já definiu a fusão foi o Patriota com o PTB. O novo partido vai se chamar Mais Brasil e terá como representante em Juiz de Fora o vereador Sargento Mello Casal, atualmente no PTB. O vereador Julinho Rossignoli, que foi eleito pelo Patriota, migrou neste ano para o PP. O líder do Patriota na Câmara dos Deputados, Fred Costa, informou que a fusão foi registrada em cartório e protocolada junto ao TSE no último dia 7.

O partido Novo, do governador reeleito Romeu Zema, também não superou a cláusula de barreira. Em um primeiro momento, o próprio Zema admitiu a possibilidade de fusão. “Já estamos articulando uma possível fusão com outro partido para que tenhamos condições de atravessar esses próximos quatro anos, que sabemos que será um período difícil”.

Depois, o presidente nacional do Novo, Eduardo Ribeiro, negou a possibilidade. “Não alcançamos a cláusula de barreira, mas o maior impacto dela é o fim do acesso ao fundo partidário e eleitoral, que sustenta os partidos. Como o Novo não usa nenhum dos dois e tem a sua própria forma de financiamento, via mensalidade de filiados, o funcionamento do partido continua o mesmo”.

De acordo com a Emenda Constitucional 97, só podem ter acesso aos recursos do fundo partidário e à propaganda gratuita no rádio e na televisão os partidos que alcançarem um dos seguintes critérios de desempenho: eleição de 11 deputados federais em pelo menos nove estados ou obtenção de, no mínimo, 2% dos votos válidos nessas unidades da federação.