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Conjuntura

As contas da Prefeitura de Juiz de Fora para se acertar com os servidores

Servidores da base do Sinserpu-JF rejeitaram proposta do Executivo (Foto: Sinserpu-JF)

A Prefeitura de Juiz de Fora deve aos servidores as recomposições inflacionárias, o reajuste do piso nacional do magistério, as progressões nas carreiras e outras vantagens na rubrica dos chamados “penduricalhos”. Embora não negue as dívidas, não poderá pagar quando puder. A mobilização recente das categorias acendeu a luz de alerta no Executivo.

A assembleia do Sinserpu-JF (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Juiz e Fora) nas escadarias da Câmara Municipal na sexta-feira (10) marcou uma guinada no tom ameno das negociações dos últimos dois anos. Sem somar nenhum avanço na extensa pauta de reivindicações entregue ao Executivo em novembro de 2022, a categoria decidiu denunciar o que considera descaso.

Em manifesto distribuído aos servidores, o Sinserpu-JF condenou o uso recorrente de uma mesma estratégia nas negociações com a categoria: “Ganhar tempo para ‘nos empurrar com a barriga’”. O mesmo documento revelou que, em 2022, a atual gestão pediu compreensão dos servidores para aceitar apenas a reposição inflacionária. “Mas fica claro a cada momento que a recomposição salarial dos servidores municipais da base do Sinserpu-JF não é prioridade.”

A categoria reivindica reajuste salarial de 10% (além do IPCA do período de 5,79%) e vale alimentação de R$ 500 para todos os servidores. Atualmente apenas uma parcela com menores salários faz jus ao benefício. A proposta da Prefeitura de Juiz de Fora, que foi rejeitada, contempla recomposição pelo IPCA retroativo a janeiro (data base do funcionalismo) e o mesmo índice de reajuste para o vale alimentação.

Sinserpu-JF deve chamar nova assembleia nos próximos dias. Até lá, aguarda uma nova sinalização do Executivo. Nas contas das secretarias da Fazenda e de Recursos Humanos, que passam pelo crivo da JFPrev (Juiz de Fora Previdência), ainda não há espaço para um reajuste acima dos 5,79%. A melhor aposta hoje para tentar convencer a categoria passa pela elevação do vale alimentação dos atuais R$ 350 para R$ 400.

Magistério tem garantia do piso

O reajuste de 15% do piso salarial dos professores da educação básica da rede pública, que em Juiz de Fora é aplicado em todos os níveis e em todas as carreiras do magistério, será concedido. A informação foi repassada pela Secretaria de Recursos Humanos ao Sinpro-JF (Sindicato dos Professores de Juiz de Fora). Só não se sabe ainda quando e como. A data-base é janeiro.

Como aconteceu no ano passado, a expectativa é de que o índice seja escalonado mais uma vez. Naquela ocasião, o salário de abril de todo o funcionalismo foi revisado pela IPCA e, no caso do magistério, a diferença para se chegar ao percentual do reajuste do piso foi divida em três parcelas pagas em setembro, outubro e novembro. A proposta do Executivo para 2023 deve ser apresentada em nova assembleia da categoria no final do mês.

Além do reajuste deste ano, os trabalhadores do magistério também aguardam da Prefeitura de Juiz de Fora um posicionamento em relação aos valores ainda não pagos do reajuste do piso referentes aos primeiros meses do ano passado. Em uma publicação nas redes sociais, o coordenador geral do Sinpro-JF, Luiger Castro, lembrou que o montante desses retroativos chega hoje a quase dois salários.

Cesama concede “ganho real” de 5% para servidores em 2024

Os servidores da Cesama, que são representados pelo Sinágua (Sindicato dos Trabalhadores no Abastecimento e Tratamento de Água e Esgoto de Juiz de Fora), já fecharam as negociações salariais deste ano e do próximo. O acordo prevê reajuste de 6,5% em 2023 e 5% acima da inflação na data-base de 2024.